Novos modelos de negócios, parcerias e capilaridade garantem expansão da Cisco Brasil

Segurança cibernética ganhou força e alavancou negócios em várias áreas, diz presidente da empresa

shutterstock_agsandrew_abstrata_geral_tecnologia_dadosCancún — O presidente da Cisco no Brasil, Laércio Albuquerque, teve bons motivos para comemorar o encerramento do ano fiscal de 2017 em junho. Por seu resultado, a subsidiária brasileira deu ao país o título de “top country of the year” na estrutura do grupo. Apesar de não revelar nem mesmo o percentual de expansão dos negócios no país, ele garante que a crise econômica provocou um deslocamento dos investimentos, um movimento no qual a tecnologia foi a vencedora. “O Brasil continua early adopter e o orçamento das companhias pode até ter diminuído em outras áreas, mas não na de tecnologia”, garantiu.

Na sua avaliação, a área de segurança cibernética foi responsável por alavancar todos os demais negócios, incluindo plataformas de colaboração, Internet das Coisas, multicloud e analíticos. E todos vão ganhar com a introdução de mais um componente na elaboração do portfolio de infraestrutura, a inteligência artifical como ferramenta fundamental para aprimorar a metodologia de implementação das redes. “Ninguém consegue fazer tanta automação sem a IA”, ressaltou. Ou, repetindo a vice-presidente da companhia, Ruba Borno, durante keynote de abertura do Cisco Live LA, que ocorre em Cancún, é preciso deixar a máquina gerenciar a máquina.

Mas a expansão da Cisco no Brasil também foi resultado de medidas mais práticas que não envolvem apenas o portfolio de produtos. A empresa ganhou um novo distribuidor, Network 1, que na bagagem trouxe centenas de novos parceiros em todo o país. Essa iniciativa coincidiu com a política adotada pela companhia de ampliar sua presença física no mercado brasileiro, incluindo o Norte e Nordeste onde não estava presente.

A rede de parceiros da companhia também ganhou novas especificações e certificações para acompanhar um processo que vem marcando a Cisco nos últimos anos, a evolução do seu modelo de negócios. Tradicionalmente conhecida como uma empresa de hardware, ela vai aos poucos ganhando novos formatos e presença na área de software. Albuquerque acredita que no Brasil a composição de forças nas vendas esteja próxima a 65% de hardware e 35% de software. Globalmente, o cenário também começou a ser alterado. Em oito trimestres, a Cisco dobrou a receita de software, de US$ 2,5 bilhões para US$ 5 bilhões. Atualmente, possui mais de US$ 10 bilhões em negócios nessa área.

Albuquerque permanece otimista para o desempenho da subsidiária brasileira no ano fiscal de 2018, iniciado em julho. E, de acordo com o executivo, a sinalização do primeiro trimestre já foi nesse sentido. “Os investimentos em tecnologia permanecem e em 2019 quase 90% das empresas brasileiras terão solução de mobilidade para seus funcionários. Isso afeta várias áreas de negócios, como segurança e plataformas de colaboração”, disse. Com um ecossistema pronto para oferecer várias soluções desse tipo em todo o país, o executivo afirma que poderá atender empresas de todos os portes.

Entre as soluções que vão reforçar seu portfolio está o Cisco Spark Board, que chega em breve ao mercado brasileiro. Trata-se de um sistema que permite apresentações em um quadro branco, com vídeos e áudio, que poderão ser recebidos pelos demais participantes da conferência em qualquer tipo de device.

Durante o Cisco Live LA o presidente da empresa conseguiu ainda aumentar significativamente a delegação brasileira de clientes e parceiros. “Pela primeira vez tivemos painéis dedicados para a equipe brasileira. Isso traz mais conhecimento e intimidade com nosso cliente”, reforçou.

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Wanise Ferreira

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