Duas operadoras virtuais iniciam vendas em junho

Veek Telecom terá modelo de negócio baseado em marketing multinível, e rodará sobre a infraestrutura da EuTV, que por sua vez usa a rede da TIM. Já a Movttel lançará operadora com marca de time de futebol e marketing nos estádios, usando rede da Vivo.

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A operadora móvel virtual Veek anunciou quando vai estrear comercialmente no mercado: junho. Mas antes, ainda nesta semana, começa a funcionar em fase beta, para poucos usuários. Alberto Blanco, sócio-fundador da empresa, conta que o modelo de negócio se baseia em uma estrutura enxuta, com planos digitais, construídos a partir de consultas realizadas com os usuários. As vendas de chips acontecerão por meio de marketing multinível, com foco principalmente no nicho jovem.

“Achamos que telecom é a próxima indústria a ser hackeada, uma indústria em que há muito espaço para se fazer algo diferente”, falou em painel durante o evento Tela Viva Móvel, que acontece hoje, 15, em São Paulo. Por ainda ser pré-operacional, as ofertas não estão definidas. O que já está fechado é que a operadora não vai oferecer SVAs, ou sequer SMS. O cliente vai escolher entre um plano de voz, ou um de dados, ou uma mescla de voz e dados. Tudo gerenciado por aplicativo, a exemplo do que já acontece com planos de Oi e Nextel.

A expectativa de Blanco é alta, a ponto de o executivo sugerir crescer a número próximo do 1 milhão de usuários em um ano. “Já temos pré-cadastrados, sem falar pra ninguém da empresa, 30 mil interessados”, disse.

Mercado de MVNOs
A Veek vai operar sobre a infraestrutura da Surf Telecom, nome fantasia da EuTV, operadora que se apresenta como uma agregadora de operadoras virtuais. Sobre sua plataforma já opera a MVNO dos Correios, a Correios Celular. Estão para ser ativadas ainda este ano as operadoras iFé e Connect.

Por sua vez, a Surf usa a rede da TIM em todo o Brasil, enquanto constrói rede própria em São Paulo – a empresa foi uma das compradoras de frequência do último leilão da Anatel. “Usamos a rede da TIM, mas temos core de rede próprio. Como uma MVNA, não queremos ter clientes finais, tentamos fomentar o surgimento de operadoras para redes de varejo, clubes de futebol, provedores de internet, bancos, igrejas. Conseguimos lançar uma operadora num período de três a seis meses”, contou Davi Fraga, CMO da Surf.

Outra operadora que tenta criar uma carteira de operadoras é a Movttel, responsável atualmente por três MVNOs no nicho religioso (Mais AD, Mais ADSA e Mais Parceiros de Deus). Confrontada com a realidade do mercado nacional, que desconecta chips há dois anos, a empresa precisou readequar a expectativa à realidade. Quanto lançou, em 2015, a Mais AD, em parceria com a Assembleia de Deus, acreditava ser possível angariar alguns milhões de clientes em poucos anos. O que não aconteceu.

“Nosso crescimento não está gigantesco como a gente imaginava. Este mês tivemos 36% de crescimento, mas no mês anterior registramos queda. É um crescimento lento, mas chegaremos daqui a pouco no milhão”, disse Aline Storchi, CEO da Movttel. A operadora pretende lançar novos negócios este ano, e tem memorandos de entendimento com sete clubes de futebol. O primeiro projeto esportivo sai do papel também em junho. Mas Aline não revela com qual agremiação esportiva. Afirma, porém, que vê chance de acelerar a captação de clientes.

“Aprendemos muito com erros no passado. Agora vai ter gente dentro do estádio vendendo. Mídia na camiseta, mídia no estádio. O projeto está nascendo bem redondinho. Fizemos também uma pré-venda, com número surpreendente de cadastros”, afirmou. A Movttel funciona como MVNO credenciada da Vivo, ou seja, não tem nenhuma infraestrutura própria.

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Rafael Bucco

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