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Balanço

Nokia desiste de fundir divisões de redes fixas e móveis

Companhia teve lucro no último trimestre de 2018, mas terminou o ano no vermelho.
O CEO da Nokia, Rajeev Suri (Foto: Divulgação)

A Nokia avisou hoje, 31, que desistiu do plano anunciado em novembro pelo qual previa a reestruturação das áreas de redes fixas e móveis. À época, a companhia anunciou a criação de uma unidade de negócio específica para redes de acesso que uniria ambas as divisões. Agora, o CEO Rajeev Suri diz que as mudanças não serão mais necessárias.

Segundo ele, tanto Tommy Uitto, nomeado presidente da divisão de redes móveis, e Sandra Motley, nomeada presidente da divisão de redes fixas, desempenharam um bom trabalho no mês que ficaram à frente das unidades. Ambos foram anunciados hoje como novos integrantes do conselho de líderes da Nokia.

Em comunicado, a empresa alega que logrou estruturar maneiras de colaboração entre as unidades e o Bell Labs, sua área de P&D, sem que fosse preciso unificar as divisões.

Mais cortes

A fabricante de equipamentos de redes também avisou que concluiu com sucesso o plano de contenção de despesas para o período de 2016 e 2018. Ao fim do ano passado, atingiu a meta de enxugar € 1,2 bilhão dos custos operacionais recorrentes e custos de vendas anuais.

E reiterou o novo plano de redução de despesas, anunciado em outubro. O novo plano vai ser executado até o final de 2020, a fim de retirar mais € 700 milhões ao ano dos custos da companhia. Ainda em 2019, está previsto o enxugamento de € 200 milhões.

Balanço

A Nokia também divulgou hoje seu resultado para o quarto trimestre de 2018 e para o ano. A companhia viu a receita no trimestre aumentar 3%, atingindo € 6,8 bilhões. A unidade de redes foi a única a apresentar expansão, mas em compensação, é responsável por praticamente todo o faturamento do grupo. O lucro líquido trimestral foi de € 203 milhões, uma reversão em relação ao prejuízo de € 378 milhões registrado no último trimestre de 2017.

A empresa ressalta que está com grande número de pedidos que devem ser faturados nos próximos meses. Diz que houve aumento da procura e interesse por soluções de 5G e que os departamentos de Software e Enterprise cresceram.

Mas se no último trimestre a companhia cresceu, no ano de 2018 como um todo, retraiu-se. A Nokia amargou queda de 3% nas receitas, que passaram a € 22,5 bilhões.  Houve diminuição das vendas em todas as divisões (Redes, Technologies, Serviços). Nos 12 meses, restou um prejuízo de € 549 milhões. Embora no vermelho, o valor foi bem menor que o prejuízo de € 1,4 bilhão visto em 2017.

Contribuíram para o desempenho a variação cambial nos países em que atua, vendas mais baixas como um todo e a assinatura de termos de licenciamento únicos em 2017, que inflaram o desempenho da divisão Technologies no ano anterior.

Para 2019, Suri prevê um primeiro semestre estável, com aceleração das vendas de redes 5G na segunda metade do ano. Ele aposta que as operadoras devem ampliar o capex neste ano, aumentando investimentos em redes ópticas, acesso fixo por rádio, small cells, roteamento IP e software. Também acredita que haverá aumento da demanda de clientes industriais por soluções privadas de telecomunicações em LTE e 5G.

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