Netflix vai ter ponto de presença em Fortaleza

Rota é a primeira a abranger Norte e Nordeste. Até lá, provedores da região precisam recorrer a PTTs do Sudeste e Sul do país.

O Netflix vai inaugurar mais um ponto de presença (PoP) no Brasil em setembro. O novo tronco ficará em Fortaleza, capital do Ceará, local estratégico pela proximidade a estados de Norte e Nordeste. Atualmente, o serviço de streaming de vídeo tem três PoPs em funcionamento no país, nas capitais Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

A abertura do PoP faz parte das iniciativas da empresa de se aproximar dos provedores de acesso. Flávio Marcelo, diretor de estratégia de redes da empresa, Netflix, explicou em apresentação durante o 8ISP, encontro de provedores da Abrint, que espera atrair para o PoP de Fortaleza o tráfego dos estados vizinhos, não apenas do Ceará e que trata-se de apenas uma das duas iniciativas feitas para diminuir a carga sobre a capacidade dos provedores. 

A primeira medida é permitir que os provedores acessem diretamente a rede da provedora de conteúdo, por meio de política aberta de peering. Daí a necessidade ter mais pontos de presença em PTTs regionais. Apenas no PTT do Rio de Janeiro, a Netflix observa atualmente tráfego de 150 Gbps.

A segunda iniciativa é a Open Connect Appliance (OCA), que prevê a entrega, por parte da Netlfix, de servidores para compor uma CDN junto a data center ou equipamentos do provedor de acesso. Qualquer provedor que gere tráfego com a Netflix de no mímino 2,5 GB pode requisitar o equipamento. “Até 100% do conteúdo é servido dentro das redes do provedor”, diz Marcelo.

O ganho é importante em economia para os provedores. Segundo ele, o Netflix transmite 1 bilhão de horas de vídeo por mês, no mundo, através de uma rede com e sem CDNs que alcança 450 milhões de residências. O número de assinantes, porém, é bem mais baixo: 81,5 milhões.

Além disso, a carga com vídeo só tende a aumentar. A Netflix já produz 100% de seu conteúdo próprio em 4K, resolução quatro vezes maior que o full-HD. Como demanda mais banda, a empresa aperfeiçoou seu algoritmo de compactação de vídeo. “Temos que modificar todo o nosso acervo. Até abril, tínhamos 80% do catálogo com essa modificação”, falou.

CDN nacional do NIC.br
Também presente ao painel, Antônio Moreiras, gerente da área de projetos do NIC.br, afirmou que a iniciativa OpenCDN, lançado no final de 2015, começa a sair do papel. Irá a funcionar, em projeto piloto, ainda neste mês, em Curtiba (PR). A iniciativa propõe criar uma CDN nacional, financiada por provedores que queiram acelerar sua internet e diminuir a carga sobre suas redes. Inicialmente, o piloto será gratuito, mas há perspectiva de evolução do sistema para um modelo de negócio pago, em que seria cobrado cerca de R$ 4 por MB na capital paranaense.

Moreiras deixou claro que o valor é provisório e que deverá variar conforme a região e adesão de provedores ao serviço. Informou ainda que o NIC.br vai ampliar o piloto, levando a OpenCDN para a Bahia, atendendo cidades como Salvador e Feira de Santana. As datas, porém, não foram definidas. A ideia do projeto é implantar servidores que formam esta CDN nacional ao menos nos 25 IXs, os pontos de troca de tráfego, ativos do NIC.br.

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Rafael Bucco

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