Alimentação perde 330 mil vagas no 1º ano da pandemia, diz IBGE

O número líquido de empresas ativas no setor de serviços caiu 1,1% no 1º ano da pandemia, de 1,383 milhão em 2019 para 1,368 milhão em 2020.
Alimentação e turismo tiveram as maiores quedas com a pandemia - Crédito: Freepik
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No primeiro ano da pandemia de Covid-19, em 2020, as maiores quedas no número de empresas e de empregos ocorreram no setor de serviços prestados às famílias, que inclui as atividades de alimentação e de turismo, com uma redução de 14,3%, ante 2019, passando de 417,6 mil para 357,8 mil, uma diferença de 59,8 mil empresas.. O número líquido de empresas ativas no setor de serviços caiu 1,1% em 2020, de 1,383 milhão em 2019 para 1,368 milhão em 2020. As informações são da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2020, divulgada nesta quarta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento não inclui os serviços financeiros.

No segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, foram mais de 10 mil empresas fechadas: o número passou de 176,9 mil em 2019 para 166,8 mil. Em pessoal ocupado, houve queda de 16,4% no setor. Entre as atividades, a que mais perdeu pessoal, em números absolutos, foi a de alimentação, com uma redução de 329,2 mil pessoas. Em percentuais, a maior queda ocorreu em agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços de turismo, que diminuiu em 28,4% os quadros de pessoal.

O gerente da pesquisa, Marcelo Miranda, explica que a PAS traz dados comparativos dos últimos 10 anos, mas nesta divulgação foi dado o enfoque na comparação com 2019, para analisar os impactos da pandemia. Porém, ele destaca que a pesquisa não busca apontar as causas das variações.

Nos dados gerais, o número de empresas do setor de Serviços caiu 1,1% ante 2019. O pessoal ocupado diminuiu 2,4% e o total pago em remunerações reduziu 4%.  Houve aumento de pessoas ocupadas na atividade de seleção, agenciamento e locação de mão de obra, com o maior crescimento tanto em termos absolutos (143,1 mil pessoas) como percentuais (22,2%).

Na comparação com 2019, enquanto o (PIB) brasileiro caiu 3,9% em 2020, o PIB do setor de serviços recuou 4,3%, gerando R$ 1,8 trilhão de receita operacional líquida. Os maiores aumentos em participação na receita de um ano para o outro foram serviços profissionais, administrativos e complementares (1,7 ponto percentual) e outras atividades de serviços (1,3 ponto percentual). As maiores quedas foram de serviços prestados principalmente às famílias (2,6 pontos percentuais) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1 ponto percentual).

No ano de 2020, o setor de serviços não financeiros tinha 1,4 milhão de empresas, que geraram R$ 1,8 trilhão em receita operacional líquida e R$ 1,1 trilhão de valor adicionado. O setor empregava 12,5 milhões de pessoas, que receberam R$ 373,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.

A remuneração média mensal foi de 2,2 salários-mínimos, abaixo dos 2,5 registrados em 2011. A maior remuneração em salários médios continuou em serviços de informação e comunicação, com 4,5 salários-mínimos, apesar da redução de 1 salário-mínimo, em 10 anos. A queda foi influenciada pela atividade de telecomunicações, que reduziu em 2,1 salários-mínimos as remunerações no período analisado. Serviços prestados principalmente às famílias tiveram a média salarial mais baixa, com 1,4 salário-mínimo em 2020.

O maior número de empresas está nos serviços profissionais, administrativos e complementares (504,5 mil empresas e 5,5 milhões de pessoas ocupadas) e nos serviços prestados principalmente às famílias (357,8 mil empresas e 467,9 mil ocupações) que, juntos, somam 63% do total.

De 2011 para 2020, a média de ocupação caiu de dez para nove pessoas por empresa, com as de maior porte sendo no segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que tinha a maior média 15 trabalhadores. Em transportes aéreos, houve uma redução média de 41 pessoas por empresa.

Participação regional

No período analisado, três das cinco grandes regiões do país perderam participação em receita. O Sudeste concentrou a maior parcela da receita bruta, mas perdeu 0,7 ponto percentual, passando de 66,1% em 2011 para 65,4% do total nacional em 2020. O Nordeste caiu de 10,2% para 9,5% e o Norte passou de 2,8% para 2,6%. O Sul subiu sua participação de 14,1% para 15% e o Centro-Oeste foi de 6,8% para 7,4%.

As perdas nos salários ocorreram em todas as regiões sendo de 0,3 salário-mínimo, no Sudeste, Norte e Centro-Oeste e de 0,2 salário mínimo, no Sul e no Nordeste.

(com Agência Brasil)

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Redação DMI

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