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Entidades confiam na destinação integral da faixa de 6 GHz para o WiFi 6E outdoor

Associações acreditam que "não haverá retrocesso" por parte da Anatel no que diz respeito à destinação dos 1.200 MHz da faixa de 6 GHz para uso do WiFi 6E em ambientes externos
Entidades confiam na entrega completa da faixa de 6 GHz para o WiFi 6E outdoor
Associações confiam na destinação total da banda de 6 GHz para o WiFi 6E (crédito: Eduardo Vasconcelos/TeleSíntese)

Entidades do setor de telecomunicações estão plenamente confiantes de que o WiFi 6E para uso externo (outdoor) contará com a integralidade da faixa de 6 GHz – ou seja, os 1.200 MHz de banda disponível nessa frequência.

Nesta quinta-feira, 5, em painel no Futurecom 2023, em São Paulo, representantes da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), da Associação Brasileira de Internet (Abranet) e da Fiber Broadband Association foram categóricos em afirmar que “não haverá retrocesso” por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no que diz respeito à destinação do espectro para uso do WiFi 6E outdoor.

A intenção de destinar os 1.200 MHz de banda para o uso de redes fixas sem fio em ambientes externos já foi manifestada pelo presidente da Anatel, Carlos Baigorri. A decisão deve ser tomada após a Conferência Mundial de Radiocomunicação (WRC-2023), que acontece em novembro, com organização da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

O setor de telefonia móvel, no entanto, pleiteia parte da banda, no sentido de que pode ser usada para fortalecer a propagação do sinal da tecnologia 5G.

“Se formos usar a racionalidade da questão técnica, de competição mercadológica e, principalmente, pensando no benefício do usuário, não tem nenhuma razão para mudar [a destinação integral dos 6 GHz]”, afirmou Eduardo Neger, diretor da Abranet. “Se formos pensar só do ponto de vista técnico e operacional, a adoção de uma tecnologia móvel nessa faixa teria que ter uma limpeza de espectro. O WiFi já é uma tecnologia preparada para fazer uso desse sistema”, complementou.

Os painelistas reforçaram o coro pela destinação integral da faixa de 6 GHz para uso não licenciado citando que, em ambientes em que é possível usar tanto a conexão 5G quanto redes sem fios de WiFi 6 ou 6E indoor, os usuários demonstram preferência pela tecnologia fixa.

Segundo Rodrigo Haidar, membro do Comitê de Tecnologia da Fiber Broadband Association, a adoção do 6E outdoor tende a ganhar escala, mas depende de os fornecedores de dispositivos habilitados para a frequência de 6 GHz trabalharem com preços mais acessíveis.

“Não é surpresa de que o uso do WiFi supere o 5G. A maioria dos usuários vai migrar da rede móvel para os 6 GHz de forma transparente. Além de ser muito mais eficiente do ponto de vista energético e de processamento do que o 5G, o WiFi tem uma segurança embarcada superior”, argumentou Haidar.

Outdoor mais usado do que indoor

Na avaliação de Cristiane Sanches, líder do conselho da Abrint, o WiFi 6E outdoor deve ter um mercado mais desenvolvido e acelerado do que o indoor. “O valor dos equipamentos é mais viável dos pontos de vista do provedor, da rede e do acesso propriamente dito”, assegurou.

Além disso, citou que já presenciou testes da faixa de 6 GHz por meio dos quais foi possível passar 7 Gb/s entre dois dispositivos usando a canalização de 320 MHz.

“Não vai ter retrocesso. A Anatel entende a importância da faixa dos 1.200 MHz para uso não licenciado. Já entendeu isso no uso indoor”, disse. “O fato de o Brasil aguardar os resultados da conferência internacional não significa retrocesso. Pelo contrário, mostra uma postura adequada da agência nesse trabalho”, avaliou Cristiane.

Em agosto, a Cisco e a Broadcom anunciaram uma integração de tecnologias para lançar uma solução aberta de coordenação automatizada de frequência (Open AFC, na sigla em inglês), ferramenta necessária para impedir interferências no sinal do 6E outdoor. No fim do ano passado, em São Paulo, a Qualcomm realizou o primeiro teste de uso externo do WiFi 6E na América Latina.

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