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Banda larga

UIT: três países concentram 45% da população desconectada

Organização propõe conectar mais 1,2 bilhão de pessoas até 2020. Atualmente existem 3,9 bilhões de pessoas no mundo sem acesso à internet.

1041px-Globo_da_TerraA União Internacional de Telecomunicações (UIT), braço da ONU para o setor, publicou nesta quinta-feira, 15, o relatório anual “O estado da Banda Larga”. A edição de 2016 do estudo mostra que é preciso conectar nada menos que 3,9 bilhões de pessoas à internet. Ressalta, ainda, que a missão cabe, principalmente a três países: Índia, China e Indonésia, que juntos, concentram 45% daqueles sem qualquer acesso à web.

A meta posta pela UIT é conectar ao menos mais 1,2 bilhão de habitantes até 2020. Para chegar lá, conta com o apoio de iniciativa do governo dos Estados Unidos, que pretende, nos próximos anos, incentivar governos a fazer do acesso à internet centro de suas estratégias de crescimento, dobrar o financiamento para iniciativas de conectividade, e incentivar a academia a desenvolver tecnologias de banda larga de baixo custo para promover a inclusão digital.

A percepção da UIT é de cabem aos governos atuarem como catalisadores do desenvolvimento das redes. A entidade incentiva a criação de políticas públicas de conectividade. Curiosamente, o Brasil vai na contramão dessa recomendação com o fim do programa Banda Larga para Todos. A iniciativa foi promessa de campanha de Dilma Rousseff, chegou a ser reformulada e relançada como Brasil Inteligente, e foi, finalmente, congelada no atual governo Temer – pelo menos até que se defina um novo marco regulatório para o setor. Mesmo assim, o relatório da UIT ainda coloca o Brasil na lista dos países com políticas federais de acesso à rede.

A importância da conectividade é social, por levar desenvolvimento a áreas subdesenvolvidas e promover a inclusão. Conforme o relatório, a desigualdade da “desconectividade” é evidente, afetando principalmente a parcela menos educada, mais pobre e, na maioria, mulheres mundo afora. O relatório destaca o poder transformador da tecnologia, e procura mostrar como a banda larga se mostra como algo à prova de crises econômicas. A expectativa de diferentes consultorias, elencadas pelo estudo, é que haverá crescimento do mercado de TICs em todo o mundo pelos próximos anos, mesmo em países em recessão. Os cálculos mostram mercados que movimentam de US$ 1,79 trilhão (Analysys Mason) em 2019 a US$ 2,8 trilhão (IDC).

Banda larga móvel
A disparidade entre os conectados e não conectados acontece principalmente com a banda larga móvel. Os dados divulgados hoje apontam que 90,3% da população dos países desenvolvidos têm acesso à internet pelo celular. Nos países em desenvolvimento, a média é de 49,3%, e naqueles pouco desenvolvidos, 19,4%.

O novo estudo reforça a importância dos países da Ásia no mercado mundial de telecomunicações. Os países do continente concentram 48% dos acessos móveis do mundo, com 1,75 bilhão de usuários. China e Índia são os maiores mercados do mundo, com 721 milhões e 333 milhões de clientes respectivamente. Os Estados Unidos caíram para terceiro maior mercado. As Américas concentram 22% dos acessos móveis do mundo (778 milhões), a Europa, 13% (483 milhões). O resto se divide entre África, Oriente Médio e Comunidade dos Estados Independentes.

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