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Banda larga

Fibra já está em 55% das redes, mas ainda tem muito a avançar

O entendimento é de representantes de operadora, fabricante, governo e consultoria, que participaram de webinar do Painel Telebrasil

A fibra óptica está em 55% das redes existentes no país, tecnologia impulsionada principalmente a partir de 2018 pelas empresas competitivas, que estão presentes em mais de quatro mil municípios, mas ainda há muito espaço para crescer, seja em regiões desassistidas ou para suportar o tráfego que será gerado pelo 5G. O entendimento é unânime entre operadora, fabricante, governo e consultoria, que participaram do webinar do Painel Telebrasil, que debateu, nesta terça-feira, 21, a evolução da fibra óptica no país. 

Para o consultor Eduardo Tude, o crescimento da fibra se deveu à desregulamentação promovida pela Anatel para as empresas pequenas, que tornou muito baixo o custo de entrada. O vice-presidente da Algar, Luiz Lima, entende que as lacunas deixadas pelas incumbentes facilitou essa expansão e o representante da Huawei, Júlio Sgarbi atribuiu o boom à redução do preço da fibra em função da maturidade da tecnologia, da entrada de novos fabricantes e dos programas de financiamentos promovidos por elas. 

Para a diretora do Departamento de Políticas para Telecomunicações e Acompanhamento Regulatório, do Ministério das Comunicações, Nathália Lobo, o foco das políticas públicas em redes de transporte de alta capacidade também contribuíram para o crescimento da tecnologia. “De 2016 para 2021 houve um salto de 45% de municípios atendidos por fibra, desse percentual, 23% são atendidos apenas pelas competitivas”, disse. 

Nathália afirmou que as políticas públicas de estímulo não se esgotam na cobertura de municípios, elas podem descer para setores censitários e até localidades e bairros. “Ainda há outras questões que precisam ser enfrentadas, como o uso de postes, que está sendo endereçada conjuntamente pela Anatel e Aneel”, disse. 

Reorganização 

Apesar de considerar o crescimento das competitivas um estímulo à competição, o vice-presidente da Algar vê a necessidade de reorganização dos ativos: “Há excesso de fibras em algumas regiões, vários provedores disputando o mesmo poste”, disse. Para Lima é necessário que haja uma regulamentação mínima para atuação nesse mercado. 

Tude acredita que o movimento de consolidação no mercado de ISP vai legalização redes não notificadas, o que dará um panorama mais fiel da quantidade de redes ativas. Ele lembra que o crescimento orgânico das redes é de 22% ao ano. “Ainda tem uma demanda grande de áreas a serem cobertas”, disse. 

Rede neutra 

Sobre o avanço da oferta de redes neutras, Luiz Lima disse que é possível que os competidores entendam que não faz sentido manter esses ativos e alugar redes já existentes, como aconteceu com as torres. Mas acredita que o mercado ainda não está maduro para isso. “O tíquete médio é ainda muito baixo”, afirmou. 

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