Ministro da Cultura se insurge contra MP que corta verba e deve sair

A MP 841, publicada hoje, retira quase todo o dinheiro das loterias que ia para o Fundo de Cultura e o transfere para o Fundo de Segurança Pública

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, publicou hoje, 12, nota à imprensa, com dura crítica à Medida Provisória 841, também publicada hoje, que cria o Fundo Nacional de Segurança Pública e, para isso, remaneja recursos de diferentes pastas, entre elas, o Ministério da Cultura. Conforme a agência de notícias do governo, EBC, o ministro deverá pedir demissão agora à tarde.

Conforme o MinC, a MP “reduz drasticamente a participação do Fundo Nacional de Cultura na receita das loterias federais. O percentual, que era de 3%, poderá cair a partir de 2019 para 1% e 0,5%, dependendo do caso. Trata-se de uma decisão equivocada, que não tem o apoio do Ministério da Cultura”.

Alguns treços da nota:

Conforme o ministério, as “atividades culturais e criativas representam atualmente 2,64% do PIB, geram um milhão de empregos formais, reúnem 200 mil empresas e instituições e cresceram entre 2012 e 2016 a uma taxa média anual de 9,1%, apesar da recessão. Estão, portanto, entre os setores que mais contribuem para o desenvolvimento do país. O investimento público nesta área retorna multiplicado, na forma de aumento da arrecadação tributária.

A cultura já faz muito e pode fazer ainda mais pela superação da barbárie cotidiana em nossas cidades. Trata-se de uma poderosa arma contra a criminalidade e a violência, por seu elevado potencial de geração de renda, emprego, identidade e pertencimento. Reduzir os recursos da política cultural é na verdade um incentivo à criminalidade, não o oposto. Mais cultura significa menos violência e mais desenvolvimento.

A MP mostra-se ainda mais equivocada diante do fato de que há meses o MinCapresentou a proposta de outra MP, que destinaria diretamente a projetos culturais, pela Caixa Econômica Federal, o equivalente a 3% dos recursos arrecadados com as loterias, evitando assim contingenciamento e desvio de finalidade. Exatamente como acontece com o percentual que cabe ao esporte, graças à Lei Agnelo-Piva, de 2001″.

 

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Da Redação

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