Confiança do empresário e do consumidor cai em 2022

A confiança no início de 2022 piora para empresários industriais e consumidores, segundo estudos da CNI e Fundação Getúlio Vargas.
Seta branca em fundo roxo aponta para baixo, indicando queda da economia - Crédito: Freepik
Crédito: Freepik

A confiança dos empresários em relação ao ano de 2022 é menor do que foi registrado em janeiro de 2021. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, em janeiro de 2022, 28 dos 29 setores da indústria considerados estão confiantes. No entanto, em 24 deles a confiança é menor em janeiro deste ano do que em janeiro de 2021. Foram entrevistadas 2.244 empresas entre 3 e 14 de janeiro de 2022.

Já a confiança do consumidor recuou 1,4 ponto em janeiro e atingiu 74,1 pontos. Nas médias móveis trimestrais, a retração é de 0,7 ponto, para 74,8 pontos, após ter se mantido relativamente estável no mês anterior. Esses são dados do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) divulgado nesta segunda-feira, 25.

Indústria sem recuperação

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, na comparação com janeiro de 2019 e 2020, antes do início da crise sanitária todos os 29 setores da Indústria analisados registram menor confiança. Esse fato indica que a indústria ainda não recuperou o nível de otimismo observado nos anos pré-pandemia.

“A indústria teve uma atividade excepcionalmente forte em dezembro de 2020. Naquele ano, o consumo de produtos industriais aumentou, devido ao auxílio emergencial e ao fato de as pessoas, que não podiam consumir alguns tipos de serviços, passarem a comprar bens industriais. Esse fato não se repetiu em dezembro de 2021 e o persistente problema no mercado de insumos contaminou a confiança do empresário neste início de ano”, explica Marcelo Azevedo.

O setor de produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal é o único que registra falta de confiança em relação à economia, com indicador de 47,9 pontos. O índice varia de 0 a 100, com linha de corte em 50 pontos, em que valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança.

Apesar do menor otimismo na maior parte dos setores, oito setores industriais registraram avanços de confiança em janeiro. As maiores altas foram nos setores Veículos automotores, reboques e carrocerias (+2,2 pontos), Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+1,7 ponto) e Móveis (+1,6 ponto).

Expectativa do consumidor piora

Para os pesquisadores da FGV, a piora das expectativas para os próximos meses, ao mesmo tempo em que a avaliação sobre a situação atual se acomodou depois de recuar em dois meses seguidos, contribuiu para a diminuição da confiança em janeiro. Enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) teve alta de 0,5 ponto, passando para 66,1 pontos, o Índice de Expectativas (IE) caiu 2,7 pontos, chegando a 80,7 pontos.

A relativa estabilidade das avaliações dos consumidores sobre a situação atual retrata a alta de 0,8 ponto no indicador que mede a satisfação sobre as finanças pessoais, alcançando 60 pontos, após dois meses de quedas consecutivas. Já o indicador que mede as percepções sobre a situação econômica atual variou 0,2 ponto para 73 pontos. Apesar disso, a FGV destacou que os dois se mantêm em patamar muito baixo em termos históricos.

Para os próximos meses, o indicador que mais influenciou o índice foi o que mede as expectativas sobre a situação econômica referente aos períodos que ainda vem. O indicador recuou 4,5 pontos, para 99,6 pontos, ficando abaixo do patamar de neutralidade, depois de três meses de recuperação. Outro recuo foi notado no que mede as perspectivas sobre a situação financeira familiar. A retração ficou em 0,9 ponto passando para 84,6 pontos. O ímpeto de compras para os próximos meses permaneceu em queda pelo quinto mês consecutivo. Com a queda de 2,5 pontos para 60,3 pontos, o indicador chegou ao menor valor desde maio de 2021.

(com assessorias)

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Redação DMI

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