Alckmin recebe relatório que prioriza uso do Fust na Educação

Efetivo uso do fundo na conectividade das escolas é uma das recomendações da subcomissão que vai acompanhar medidas frente aos desafios deixados pela pandemia na educação básica.
 Flávio Arns (Podemos-PR) cumprimenta Geraldo Alckmin ao entregar relatório sobre Educação na pandemia, que inclui pedido de uso do Fust. (Foto: Pedro Gontijio/Senado Federal)

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, recebeu um relatório que pede ao novo governo prioridade na execução do Fust – Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – na conectividade das escolas públicas. A recomendação é da Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia (CECTCOVID) do Senado, que apresentou parecer nesta quinta-feira, 9.

A “prioridade e celeridade” do uso do Fust na educação, “evitando-se sobreposição de ações”, é uma entre as 30 recomendações do relatório, que terá monitoramento dos senadores nos próximos anos. O vice-presidente se comprometeu em seguir.

“O relatório, além do diagnóstico, traz propostas. Propostas muito efetivas para a recuperação, reforço e rápida recuperação dos nossos alunos do Brasil todo e muito focado na educação básica”, afirmou Alckmin em coletiva.

O presidente da subcomissão, Flávio Arns (Podemos-PR), afirmou que as recomendações do relatório “podem constituir uma agenda estratégica da educação”. Segundo ele, o acompanhamento do Senado acerca do cumprimento das orientações ocorrerá semestralmente.

Respostas do MEC

O uso do Fust também foi uma recomendação da subcomissão entregue ao atual governo, diretamente ao Ministério da Educação (MEC). O relatório do colegiado apresentado nesta quinta cita que o órgão respondeu aos senadores que “dentro de suas competências institucionais e possibilidades orçamentárias, o MEC se articulará no sentido de priorizar o uso dos recursos do fundo, atentando-se a evitar a sobreposição de políticas e ações“.

O repasse de valores do Fust para Educação foi alvo de disputa judicial no atual governo. Em julho de 2021, o presidente da República, Jair Bolsonaro, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Lei 14.172/2021, que previa o repasse de R$ 3,5 bilhões pela União aos estados e ao Distrito Federal, no prazo de 30 dias após sua publicação.

O Executivo só realizou o repasse após determinação da Justiça. O Governo tentou diversos recursos contrários, que foram negados. Atualmente, o processo está transitado em julgado.

No entanto, por conta da demora nas transferências, diversos dirigentes relataram insegurança jurídica na aplicação, já que o contexto de aprovação (aulas remotas) e transferência dos recursos acabou sendo diferente.

A lei que regulamentou o uso do Fust na Educação determinou a restituição dos valores não aplicados dentro do prazo inicial. Um compromisso que terá de ser monitorado pelo novo governo.

A data limite para restituição acabou sendo alterada em abril deste ano, por meio da Medida Provisória nº 1077/2021, que instituiu o Programa Internet Brasil. Durante a tramitação no Congresso, senadores inseriram emenda que prorroga o prazo máximo de aplicação dos recursos para até 31 de dezembro de 2023 e o prazo de devolução dos valores não utilizados para 31 de março de 2024.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura dos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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