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Ajit Pai deixa a presidência da FCC, sem substituto

Durante sua gestão, Ajit Pai reviu a neutralidade das redes, atacou fornecedores chineses e realizou um leilão de espectro 5G recorde. Com sua saída, Biden irá escolher um democrata para o cargo
Ajit Pai, ex-presidente da FCC

Com a saída de Trump da presidência dos Estados Unidos hoje, 20, deixa seu posto também Ajit Pai, até então presidente da Comissão Federal de Comunicação (FCC). Ele já havia anunciado sua saída no dia 30 de novembro. Por enquanto, ainda não foi nomeado nenhum substituto para o cargo, papel que caberá ao recém-empossado presidente, Joe Biden.

“Pelos últimos quatro anos, nós entregamos resultados para o povo americano, desde estreitar o fosso digital ao avanço da liderança americana no 5G, desde proteger os consumidores e a segurança nacional a manter americanos conectados durante a pandemia, desde modernizar nossas regras de mídia a tornar a agência mais transparente e ágil”, escreveu Pai em sua carta de despedida.

A gestão de Pai, que é republicano, ficou marcada pela queda do conceito de neutralidade de rede e pelas duras medidas contra fornecedores chineses. Sob seu comando, Huawei e ZTE foram proibidos de acessar o Fundo de Serviço Universal (USF), um subsídio para provedores rurais de telecomunicação. As fornecedoras foram classificadas como ameaças a segurança nacional.

Leilão recorde

Um dos últimos feitos de Pai foi tocar a primeira fase do leilão da banda C, que acumulou US$ 80,9 bilhões. Finalizado em 15 de janeiro após 38 dias de disputa, foi o maior leilão de espectro dos Estados Unidos em valor. O certame bateu o recorde de arrecadação, ultrapassando o leilão AWS-3 de 2015, que havia somado US$ 45 bilhões.

Agora, Biden tem a chance de escolher um democrata para ocupar a presidência da FCC. Segundo o S&P Global Market Intelligence, cinco nomes são cotados para o cargo: Edward Smith, Jessica Rosenworcel, Gigi Sohn, Anna Gomez e Mignon Clyburn.

Smith, advogado de telecomunicações, já trabalhou como conselheiro jurídico de um dos presidente anteriores da FCC, Tom Wheeler. Ele possui grande proximidade com a administração e vem trabalhando na revisão da transição do novo time para a FCC.

Já Rosenworcel, a mais sênior comissária democrata, foi descrita como “definitivamente interessada na vaga”. Outra pessoa dita como muito interessada é Gigi Sohn, também uma antiga funcionária de Tom Wheeler, presidente da FCC durante o governo de Barack Obama.

O nome de Anna Gomez também apareceu bastante. A advogada de telecomunicações trabalha na Comissão há 12 anos. Ainda que não se tenha escutado se Mignon Clyburn, antiga comissária da FCC, deseja a presidência, algumas conversas apontavam para ela como preferida. (Com assessoria de imprensa)

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