Resultado da América Móvil mostra impacto do dólar

Receita atingiu 217 bilhões de pesos, crescendo 3,3%, mas ambiente externo afetou o lucro líquido que teve queda de 68%
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O resultado da América Móvil, controladora da Claro, mostrou que o impacto negativo do aumento das taxas de juros no mercado do dólar norte-americano, iniciado em março, permaneceu no segundo trimestre. Na segunda semana de junho, diz a companhia, as taxas atingiram um pico mostrando em seguida uma tendência de queda.

Nesse cenário, o grupo mexicano faturou 217,4 bilhões de pesos entre abril e junho, 3,3 % a mais do que o período anterior com a receita de serviços crescendo 4,5%. Entre os países que atua, o Brasil foi o destaque nesse trimestre por conta da expansão de 20,1% das receitas móveis em função da base de assinantes da Oi móvel. Mas o lucro líquido apresentou uma queda de 68% sobre o período anterior, com 13,6 bilhões de pesos mexicanos.

Segundo a América Móvil , os temores da inflação dominaram o ambiente no segundo trimestre, com vendas curtas e taxas de juros de longo prazo subindo. Até o final do período, o dólar se valorizou em relação a todas as principais moedas da região de operações da América Móvil, incluindo o peso mexicano, o real brasileiro, o peso colombiano e o euro. A receita de serviço móvel da companhia aumentou 8,5% em câmbio constante, o que reflete a adesão dos clientes da Oi.

Mesmo considerando o crescimento orgânico da área móvel da subsidiária brasileira (13,7% sem a Oi), o Brasil ainda teve melhores resultados do que as operações do Leste europeu (9,6%), México (8,8%), Peru (7,5%), República Dominicana (6,9%) e Áustria (6,2%). As receitas de pós e pré-pago do grupo tiveram aumento de 8,4% e 8,7% respectivamente.

Já na área de telefonia fixa, o resultado foi praticamente estável, caindo 0,5% ano a ano. Nesse segmento, o Leste Europeu permaneceu liderando a expansão da receita, com 11,8%, seguido da República Dominicana, com 5,8%. México e Brasil tiveram redução de receita nessa área de 2,5%. Em banda larga o cenário é diferente e a América Móvil expandiu 3,3% mantendo o ritmo do período anterior.

O EBITDA foi de 82,7 bilhões de pesos, aumento de 4% sobre o trimestre anterior. A margem EBITDA ficou em 38%. A empresa informou ainda que ao longo do primeiro semestre o fluxo de caixa operacional, que já reflete a necessidade de capital, cobriu totalmente os investimentos feitos no período de 65,6 bilhões de pesos mexicanos. Foram captados 43,8 bilhões de pesos em financiamento líquido o que ajudou a financiar os 19,6 bilhões de pesos pela compra da Oi e o reajuste de preço referente à venda da TracFone além de 11,6 bilhões de pesos em obrigações trabalhistas.



 

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Wanise Ferreira

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