Marcos Pontes será o ministro de Ciência e Tecnologia de Bolsonaro

Sem menção a telecomunicações, astronauta divulga vídeo no qual promete foco em "formar cidadãos qualificados" e levar o Brasil a um "ciclo virtuoso".

O astronauta Marcos Pontes divulgou hoje, 29, vídeo no Facebook no qual confirma convite para compor ministério no governo de Jair Bolsonaro (PSL), eleito ontem, 29. No vídeo, Pontes afirma que só esperava a “anúncio oficial da minha indicação para ministro de Ciência e Tecnologia”. Afirma, também, que o novo presidente dará “novos rumos” ao país. O vídeo foi gravado pouco antes de o próprio Bolsonaro confirmar o nome Pontes na pasta.

Pontes já traça planos para quando assumir. Afirma que objetivo será “formar cidadãos qualificados, ciência para desenvolver ideias, soluções, específicas para o Brasil, tecnologia para transformar ideias em inovações, que vão se transformar em novos produtos”. Com isso, espera fazer do ministério alavanca para um “ciclo virtuoso” de geração de empregos.

Ele não comentou, no entanto, que fim levará a área de telecomunicações do atual MCTIC. Ainda há dúvidas se Bolsonaro manterá a fusão feita por Michel Temer entre MCTI e Minicom, ou se anexará a secretaria a outro ministério. Diversos nomes para comandar esta área já vêm sendo cogitados.

 

Desafio

Pontes é tenente-coronel da FAB, na reserva. Ele foi o primeiro astronauta brasileiro a ir espaço, em março de 2006. Ele passou pouco mais de uma semana na Estação Espacial Internacional (ISS). Originário de Bauru (SP), diz que será a primeira vez que um representantes paulista ocupará a Ciência e Tecnologia. Ele é formado pelo ITA em engenharia aeronáutica, com mestrado em engenharia de sistemas obtido numa faculdade dos Estados Unidos. Antes de ser chamado por Bolsonaro, vinha trabalhando como palestrante, autor de livros, consultor e coach.

Ele terá o desafio de lidar com a restrição orçamentária que atinge a Ciência e Tecnologia desde 2013 e que deve piorar em 2019 em função do impacto da PEC do Teto dos Gastos Públicos. A PEC, aprovada em 2016, congela os gastos do governo por 20 anos. O orçamento anual só pode ser corrigido pela inflação.

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Rafael Bucco

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