V.tal reverte prejuízo com lucro de R$ 385,6 milhões em 2023

Receita de serviços da operadora de rede neutra cresceu 13,7% no ano passado; contratos com a Oi ainda representam 80% do faturamento bruto da empresa
V.tal volta ao azul com lucro de R$ 385,6 milhões em 2023
V.tal obteve lucro em 2023, com receita de serviços em alta (crédito: Freepik)

A V.tal divulgou, nesta terça-feira, 19, os resultados financeiros de 2023, período em que voltou a operar no azul. A empresa de rede neutra obteve lucro líquido de R$ 385,6 milhões no ano passado, revertendo parcialmente as perdas apuradas no exercício anterior – em 2022, houve prejuízo líquido de R$ 443,3 milhões.

A receita de serviços somou R$ 5,8 bilhões em 2023, alta de 13,7% em relação ao faturamento registrado no ano anterior (R$ 5,1 bilhões). Na comparação anual, o lucro bruto praticamente dobrou, chegando a R$ 1,04 bilhão, ante R$ 545 milhões – em termos percentuais, o avanço foi de 91%.

Segundo as demonstrações financeiras, o passivo circulante teve queda de 35%, passando de R$ 5,1 bilhões, em 2022, para R$ 3,3 bilhões, em 2023. Embora de forma menos expressiva, o passivo não circulante também diminui. No consolidado de 2023, as despesas de longo prazo totalizaram R$ 6,2 bilhões, 1,9% abaixo do que o total observado no ano anterior (R$ 6,4 bilhões).

O patrimônio líquido, por sua vez, somou R$ 24,8 bilhões, avançando 1,6% em relação a 2022 (R$ 24,5 bilhões).

No informe financeiro, a V.tal afirma que a sua rede de fibra tem mais de 480 mil km, com aproximadamente 22 milhões de casas passadas. Até dezembro do ano passado, a empresa já tinha fechado mais de 80 contratos de serviços de rede neutra com provedores de escala nacional e regional.

Participação da Oi

A V.tal, que nasceu como resultado do processo de segregação da infraestrutura de fibra óptica da Oi, ainda mantém negócios relevantes com a tele. Segundo as demonstrações financeiras, no ano passado, a operadora representou 80% da receita bruta da empresa de rede neutra.

No documento, a V.tal ainda informa que “possui ativos intangíveis de vida útil definida relacionados a contratos de longo prazo com a Oi”. Os acordos somam R$ 1,8 bilhão (cessão de direito de uso de fração de espectro em fibra óptica apagada), R$ 2,4 bilhões (FTTH) e R$ 273,6 milhões (B2B). Os contratos são da modalidade “take or pay” e valem pelo prazos de 13 anos, 20 anos e 20 anos, respectivamente.

“Os serviços prestados estão sendo pagos tempestivamente pela Oi”, pontua a V.tal. A empresa ainda diz que “acredita que o valor do ativo intangível será integralmente recuperado pela companhia mediante manutenção dos contratos com a Oi até o seu vencimento e nos termos originalmente acordados”.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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