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Prestar serviço de internet via rádio sem autorização é crime, decide STJ

Tribunal manda instância inferior rever decisão que não considerava serviço de comunicação multimídia um serviço de telecomunicação.

 

(Crédito: Shutterstock Sergign)
(Crédito: Shutterstock Sergign)

Prestar serviço de acesso à internet via rádio sem autorização prévia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é crime. Esse foi o entendimento da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O órgão determinou de que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) reaprecie apelação do Ministério Público Federal originada de ação penal contra engenheiro que, segundo o MP, teria comandado empresa que explorava, desde 2005, serviço de internet sem autorização.

O engenheiro havia sido absolvido pelo juiz de primeira instância, que considerou que o serviço de acesso à internet, via radiofrequência, não se enquadra como atividade de telecomunicações. Para o magistrado, o serviço prescindiria de autorização da Anatel, o que, por consequência, afastaria a incidência do crime previsto pelo artigo 183 da Lei 9.472/97. Em seguida, o TRF2 reiterou a decisão.

Mas, para o relator do recurso especial do Ministério Público, ministro Jorge Mussi, o STJ possui entendimento pacífico no sentido de que a prestação direta de serviços de internet via rádio, sem a autorização da Anatel, configura, em tese, o delito de clandestinidade previsto pela Lei 9.472.

Segundo o ministro, a tipicidade é caracterizada ainda que se trate de mero serviço de valor adicionado, conforme previsto pelo artigo 61 da mesma lei. Assim, para Jorge Mussi, atesta-se a potencialidade da conduta atribuída ao recorrido ofender o bem jurídico tutelado pelo artigo 183 da Lei 9.472/97, razão pela qual não há falar em atipicidade. Com a decisão, os autos retornarão à segunda instância.

A íntegra do acórdão está disponível aqui.

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