Jade desenvolve jogos para o tratamento de autismo

A empresa desenvolveu o jogo com o apoio do Instituto NET Claro Embratel. Já ganhou três prêmios desde que foi lançado há 11 meses e soma mais de 20 mil downloads nas lojas de aplicativos, 70% fora do Brasil.
Um presente de pai para filho auxilia os terapeutas para cuidar de outras crianças com problemas semelhantes

O diagnóstico de autismo de alta funcionalidade atestado em Lucas Corin, em 2016, quando ainda tinha 2 anos de idade, inspirou seu pai, o capixaba Ronaldo Cohin, 35 ano, bacharel em Ciência da Computação, a tirar do papel o Jade. É uma startup voltada  à criação de jogos que auxiliam o tratamento de deficiências cognitivas. Entre eles, o mais famoso é o aplicativo Jade Autism, para autistas e portadores da síndrome de down. A plataforma coleta dados de comportamento da criança, enquanto ela interage com o game, que estimula ao jogador a fazer associações com figuras do dia a dia, a exemplo de animais. Esses dados viram relatórios em dashboard valiosíssimos para os seus respectivos terapeutas. 

A a experiência ganhou três prêmios desde que foi lançado há 11 meses meses. Entre eles, foi vencedor da 6ª edição do Prêmio Campus Mobile, parceria do Instituto NET Claro Embratel com a Universidade de São Paulo. E  já conta com mais de 20 mil downloads nas lojas de aplicativos, a maioria deles (quase 70%) feitos fora do Brasil. O aplicativo foi premiado com uma quantia em dinheiro e uma viagem para aprimorar seu projeto no Vale do Silício, nos Estados Unidos, que contou com imersão nas principais empresas de tecnologia da região, como o Google, Facebook, Twitter e na Universidade de Stanford.

De início, ele pensava apenas em usar o projeto em seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), para alcançar o diploma da graduação na Universidade de Vila Velha (ES). “Eu estava com dificuldade de encontrar um assunto [para o TCC] e acabei me debruçando sobre a situação do Lucas”, explicou. O então estudante já estava imerso em dados e informações sobre o autismo e seus tratamentos, em busca de uma solução que pudesse proporcionar qualidade de vida e um ambiente mais favorável ao desenvolvimento do filho. Lucas é bastante interessado por jogos eletrônicos, mas Ronaldo havia percebido que muitos dos aplicativos disponíveis para download apresentam restrições para acesso ou não fornecem informações relevantes para o tratamento das crianças.

“O trabalho acabou abordando muito a questão da terapia e menos da minha área de atuação, o que não me rendeu uma nota tão alta, mas eu consegui vincular uma solução para esse campo a algo que o Lucas gosta bastante de fazer”, comentou Ronaldo. “Com o apoio, tivemos acesso não somente a investimentos, mas também a pessoas de mercado e também a pessoas extremamente capacitadas que nos mostraram novas ideias”.

Prognósticos para terapeutas

Ronaldo passou a pensar na criação da startup após a imersão em dados e informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Veio, então, a proposta de criar uma plataforma com perfil terapêutico. O Jade Autism conta com jogos de associação. A criança deve achar as respostas dentre algumas categorias como Animais, Alimentos, Cores, Números e Formas, estimulando assim, o raciocínio. Enquanto ela se diverte, o jogo decifra, em segundo plano, o seu comportamento, escrevendo prognósticos para que terapeutas leiam, discutam os pontos críticos e os melhores tratamentos.

Em linhas gerais, o Jade é uma startup que tem “a missão de transformar e melhorar a vida das pessoas levando ao mercado soluções inovadoras para prognóstico e auxílio no tratamento de comorbidades cognitivas”.

Veja o vídeo do Jade:

https://www.facebook.com/JadeAutism/videos/203277476920399/

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Abnor Gondim

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