Anatel prevê que teles devem pagar R$ 1,6 bi com migração da TVRO para novo satélite

Apesar de reconhecer que os custos são mais altos do que se a agência optasse pela mitigação da interferência, como queriam as teles, o conselheiro Carlos Baigorri, diz que as vantagens técnicas da decisão são mais vantajosas.

A proposta do edital  das frequências de 5G, ao destinar 400 MHz a serem vendidos na faixa de 3,5 GHz  e a migração das atuais estações de TV aberta via satélite (TVRO) para a banda Ku, descarta a proposta apresentada pelas operadoras de telecomunicações, de migração paulatina dessas emissoras,  por um processo de mitigação das interferências nas antenas parabólicas dessas TVs.

No documento liberado hoje, 6, onde analisa todas as propostas em debate no processo de consulta pública, o relator do edital, conselheiro Carlos Baigorri, reconheceu que essa era a opção mais cara, mas que as vantagens técnicas prevaleciam sobre a financeira. “Não posso pautar minha decisão apenas pelo critério financeiro, pois este será apenas um dos elementos que deverão ser levados em conta para se atingir a eficiência”, argumentou.

Conforme o relatório, a área técnica estimou custos de R$ 1.642.391.632 para a limpeza da banda C estendida, por que envolve a distribuição de mais equipamentos à população que  assiste hoje à TV aberta pela parabólica. Baigorri recusa os argumentos apresentados pela Conexis  e pela Claro de que a opção pela migração dessas TVs para a banda KU iria atrasar o ingresso da 5G no país. 

Para o conselheiro, ” independentemente do kit a ser fornecido, a logística de distribuição será a mesma para amparar a população afetada e observará o faseamento de ativação. Ou seja, de forma gradual. O que diferencia as duas propostas refere-se ao tempo necessário para início da dupla iluminação (simulcast) que permitirá no cenário de migração que os usuários afetados consigam receber o sinal após a ativação das redes móveis, bem como o tempo em que essa distribuição ocorrerá”, avaliou.

Baigorri assinala ainda que a incógnita sobre se haverá mesmo os equipamentos que poderiam ser usados como filtros para impedir a interferência do celular nas transmissões da TV é também um fator de alto risco para a adoção da mitigação das interferências. “Apesar de apresentar projeções mais baratas, a opção da mitigação apresenta incógnitas que podem não ser solucionáveis no médio e longo prazo, como por exemplo a garantia de disponibilidade do LNBF”, assinalou

Leia aqui a íntegra do edital da Anatel

Minuta-de-Edital-analise-13-CB

Leia aqui a íntegra da Análise

Analise-n-13-2021-CB

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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