Instalação de antenas, problema mundial para a 5G

Países de todo o globo convivem com as barreiras criadas por diferentes leis de uso do solo, que são de responsabilidade dos governos locais.

Rio de Janeiro –  Modificar as atuais leis municipais para que seja possível a instalação ágil de  milhares de células que serão necessárias para o desenvolvimento da quinta geração da telefonia móvel é uma das medidas que precisam ser tomadas pelos governos de todo o mundo. Essa foi uma das principais constatações dos especialistas de diferentes nações que participam do 6th Global 5G Event, que acontece no Brasil. 

Segundo Julius Knapp, chefe do departamento de Engenharia e Tecnologia da Federal Communication Comission (FCC), a agência reguladora norte-americana, todo o  seu está voltado para tirar as amarras que podem comprometer o desenvolvimento de novos serviços no país. Entre essas iniciativas, assinalou, a própria Casa Branca lançou um road map (um mapa de “caminhos”) das medidas que precisam ser adotadas para fazer avançar a sua implementação.

E uma das que merecem ser destacadas, assinalou Knapp, é justamente a criação de novas regras – federais – para orientar os governos municipais dos Estados Unidos a uniformizar e agilizar o licenciamento de antenas e sites. “Estamos também realizando um grande número de licitações de frequências para que as empresas possam ter a maior quantidade de espectro disponível”, afirmou, assinalando que em seu país enquanto a FCC cuida do espectro para as atividades comerciais, a NTia administra o espectro destinado ao governo e forças armadas.

Para Celedonio von Wuthenau, diretor de relações governamentais para a América Latina da Nokia, há na região  também muitas dificuldades para a instalação de antenas, que precisarão ser removidas, se se quiser que a tecnologia avance. “Quando falamos de 5G, estamos tratando de antenas e frequências”, vaticinou.

Testes Globais 

Já para Ku Wen, diretor geral do departamento de informação e comunicações do MIT da China, se a indústria conseguiu desenvolver e entregar o padrão prometido,  começa a se preparar para construir os conteúdos e serviços que serão oferecidos a partir dessa tecnologia. “O 3GPP completou a primeira fase do padrão 5G. Agora, precisamos avançar para os serviços. A China lançou, em fevereiro deste ano, uma licitação para a apresentação de projetos e aplicações para a 5G. Recebemos 338 projetos de 189 empresas”, asinalou

Já a Comunidade Europeia, disse Philippe Lefebvre, diretor geral para as redes de comunicações da Comissão Europeia, está desenvolvendo programas que ultrapassam a regulação. Foi alocado € 1 bilhão para auxiliar os diferentes países a lançarem os seus sistemas 5G entre os anos de 2020 e 2021. “E os investimentos devem ser realizados em aplicações de domínio público”,  afirmou.

A jornalista participa da 6th Global 5G Event a convite da Telebrasil

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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