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Desempenho

Informática sofre mais e deixa de ser o principal segmento eletroeletrônico do país

Indústria faturou 23% menos este ano, comparado a 2015, enquanto a produção encolheu 32%.

shutterstock_Bad Man Production_Devices_computador_lixo_eletronicoO segmento de informática foi um dos mais prejudicados pela recessão econômica em 2016. O baque sobre o consumo freou a produção e fez os fabricantes de produtos de informática a encolherem 23% este ano, comparado a 2015. Essa retração fez o segmento perder o posto de maior gerador de receita do setor eletroeletrônico, que agora é do segmento de telecomunicações – este, também encolheu, embora menos: 3%.

A indústria de informática deve terminar 2016 com faturamento de R$ 23,35 bilhões. Em 2015, a receita havia sido de R$ 30 bilhões. E em 2013, de R$ 47 bilhões. “Chegamos a ser o terceiro maior mercado de computadores do mundo, já não somos mais”, resume Huberto Barbato, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), responsável pelo levantamento. A estimativa é que hoje o Brasil seja o sexto principal mercado mundial.

Em relação a 2015, os fabricantes produziram menos desktops (-37%), notebooks (-30%) e tablets (-32%). Os números da retração são parecidos com os vistos em 2015 sobre 2014. No final das contas, as fábricas distribuíram 1,6 milhão de desktops, 2,83 milhões de notebooks, 4 milhões de tablets. Ao todo, foram 8,45 milhões de peças produzidas, antes 12,4 milhões em 2015 e 19,8 milhões em 2014, uma queda de 32%.

Hugo Valério, diretor da área de informática da Abinee, conta que a recessão está sendo catastrófica para o segmento. “Voltamos aos mesmos níveis de 2008. Perdemos uma década em termos de tudo o que se conseguiu em inclusão digital e informatização”, diz.

Para ele, houvesse condições políticas no país para que fossem realizadas reformas estruturais, seria possível pensar em recuperação. “Essas reformas precisam acontecer, mas depende de discussões no Congresso. Mas nosso sistema político, o Congresso, é muito lento. A gente observa discussões de outras matérias que não têm lá muita importância para a retomada”, critica.

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