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Balanço

Algar Telecom tem queda de 36% no lucro do 4º tri devido a compra da Vogel e de espectro

Apesar da queda no lucro no trimestre, no ano a empresa registrou alta de 13,4% no lucro líquido, que atingiu R$ 229,5 milhões

A Algar Telecom divulgou na noite de ontem, 22, queda de 35,8% no seu lucro líquido do quarto trimestre de 2021. Cifra ficou em R$ 28,3 milhões. Fatores não recorrentes puxaram o resultado para baixo. Entre os quais, o pagamento pela Vogel Telecom, que custou R$ 377 milhões, e de licenças 5G – a tele comprou lotes de 3,5 GHz, 26 GHz e 2,3 GHz no leilão promovido pela Anatel em novembro.

Considerando o ano de 2021 inteiro, a Algar teve aumento de 13,4% no lucro líquido, que atingiu R$ 229,5 milhões. O EBTIDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) do ano foi de R$ 1,11 bilhão, alta de 8,3%.

Para Tulio Abi-Saber (foto), vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Algar Telecom, os resultados foram excelentes, considerando que 2021 foi um ano tão atípico quanto 2020 em razão da pandemia. A queda no lucro da Algar Telecom no trimestre, portanto, não deve ser encarada com preocupação.

“O que se previa no começo de 2021 era fim da pandemia já no primeiro trimestre, ou no máximo no primeiro semestre, o que não aconteceu. Ninguém previa ainda que a taxa de juros saltaria mais de quatro vezes até o final do ano e o dólar pudesse manter a valorização”, afirmou ao Tele.Síntese.

Ainda assim, pondera, a companhia registrou elevação no lucro, no EBITDA e nas receitas, frisa. As receitas no trimestre ficaram em R$ 906 milhões, alta de 17,7%. No ano, subiram 9,6%, para 3,32 bilhões.

B2B e fibra

Abi-Saber comemora a expansão da companhia no B2B. O segmento se tornou foco do grupo mineiro, e hoje responde por  64% das receitas. No trimestre, a área B2B faturou R$ 467,6 milhões, alta de 25,5%. E no ano, R$ 1,66 bilhão, alta de 16,7%.

A expansão já se deve em parte à integração com a Vogel Telecom, que adicionou 27 mil Km de rede de fibra no Sul e Sudeste à rede da Algar.

No B2C, a empresa trabalha pela manutenção dos clientes e migração do legado de cobre para a fibra, que está avançado. Mais de 95% dos acessos da companhia são hoje em dia baseados em fibra óptica. Isso não evitou, porém, que a receita dos serviços praticados ao consumidor ficasse estável no ano em R$ 928 milhões, ante um cenário de inflação de 10,6%. No trimestre, o desempenho foi positivo, com receita de R$ 244 milhões, alta de 6,6%.

Investimentos e operações

A Algar investiu em 2021 62,6% mais que em 2020, em razão dos desembolsos com Vogel e licenças 5G. Ao todo, o Capex chegou a R$ 1,2 bilhão. O fluxo de caixa livre do grupo encolheu 66,8%, para R$ 125,2 milhões. Mas vale lembrar que a empresa obteve recursos da ordem de R$ 1 bilhão recentemente, com a emissão de debêntures.

Em termos operacionais, a empresa terminou 2021 com 4,38 milhões de acessos, alta de 32,2%, puxa principalmente pela ativação de dispositivos de internet das coisas e banda larga por fibra óptica. Em fibra são 704 mil acessos, alta de 36,3%. E no M2M, 2,33 milhões de acessos, alta de 68%. Na rede lega ainda permanece 43 mil clientes.

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