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Huawei vai iniciar produção de ERBs sem componentes norte-americanos

Ao mesmo tempo, EUA dizem que não vão prorrogar período de transição para que empresas locais vendam para a chinesa

O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, disse nesta quinta-feira à agência de notícias Reuters que a empresa já consegue produzir estações radiobase 5G sem nenhum componente originário dos Estados Unidos. A produção dos equipamentos com essa característica deve começar em outubro. O executivo afirmou em que 2020 a gigante pretende produzir 1,5 milhão de ERBs sem tecnologias norte-americanas.

O esforço da companhia se deve ao banimento imposto pelo governo de Donald Trump a seus produtos. Os EUA alegam que a Huawei violou embargos comerciais e tem produtos que ameaçam a segurança nacional. A fabricante rechaça todas as acusações.

Também hoje, circularam notícias na imprensa dos EUA de que o país não pretende prorrogar uma terceira vez o prazo para que fabricantes locais de chips fornecessem componentes para a Huawei. A notícia, veiculada primeiro pela Bloomberg, levou a queda do valor das fabricantes Qualcomm, Xilinx, Intel e Micron no mercado acionário estadunidense.

Outra notícia ruim para os fabricantes de componentes foi o relatório da empresa de pesquisa de mercado Susquehanna. O documento traz previsões de retração do mercado de chips de radiofrequência graças à diminuição da dependência da Huawei em relação aos fornecedores dos EUA. A previsão é de que, mesmo que o governo retire todas as sanções e permita que a gigante chinesa volte ao mercado americano, ainda assim, as vendas dos fornecedores RF não chegaria mais a 50% dos níveis registrados pouco antes do banimento.

Diante deste cenário, o fundador da Huawei parece não deixar a ironia de lado. Ele voltou a defender o licenciamento de tecnologia da empresa para rivais ocidentais. Conforme a Reuters, ele afirmou que, de preferência, gostaria de ceder sua tecnologia a uma empresa norte-americana. Falou, ainda, que gostaria de poder continuar usando componentes vindos dos EUA por ter “laços emocionais” com fornecedores do país.

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