IBGE prevê maior inflação acumulada em nove anos para comunicação

Conforme dados do IPCA-15, variação nos primeiros sete meses do ano é de 2,16% – 0,66 ponto porcentual a mais que o primeiro ano da pandemia de Covid-19.
(Crédito: Freepik)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho deste ano mostra uma inflação acumulada, desde janeiro, de 2,16% no setor de comunicação. Esta é a maior variação registrada no período desde 2014, ano em que a pesquisa aderiu a metodologia atual. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 26.

O resultado do IPCA-15, que é a prévia da inflação oficial, supera o do primeiro ano de pandemia de Covid-19, em 2020, que marcava 1,42% no mesmo período. Até então, o maior índice havia sido registrado em 2017, quando o acumulado de janeiro a julho ficou em 1,5%.

Apesar do valor acumulado ser maior em comparação aos anos anteriores, a variação mensal, em relação a junho deste ano, foi de leve queda para comunicação, de -0,05%.

Impacto do ICMS

Os dados que basearam o IPCA-15 foram colhidos entre 14 de junho a 13 de julho, sendo assim, não refletem o total impacto da redução do ICMS, regulamentada pelos Estados, em grande maioria, a partir de 1º de julho e sem implementação imediata para o setor de comunicação em todo território nacional.

Em cumprimento à Lei Complementar n° 194/2022, todos os entes federativos foram obrigados a aplicar um teto de 17% a 18% na alíquota do ICMS para comunicações, energia, combustíveis e transporte coletivo.

As mudanças chegaram mais rápidas para gasolina e etanol, por conta de liminar judicial que privilegiou o setor dando prazo para uniformização da alíquota nos postos. Já para comunicações, especialistas afirmam que os consumidores certamente sentirão a partir das próximas faturas.

A inflação geral no país foi prevista a 0,13% em julho – 0,56 ponto percentual abaixo da taxa registrada no mês passado e a menor variação mensal desde junho de 2020. Segundo o IBGE, as reduções do ICMS implementadas nos combustíveis e energia elétrica influenciaram o resultado.

O IBGE esclarece que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura dos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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