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GSMA diz que 5G pode acrescentar US$ 565 bilhões ao PIB global até 2034

Mas para isso, é preciso harmonização de espectro entre os países e liberação das faixas de frequência em ondas milimétricas o quanto antes.

A ativação das redes móveis de quinta geração (5G) terá impacto econômico positivo e potencial de acrescentar nada menos que US$ 564 bilhões à economia global de 2020 até 2034, conforme cálculos da GSMA. A associação, que representa operadoras móveis em todo o mundo, ressalta que o montante é cumulativo. Estima que o PIB mundial vai crescer em US$ 42,14 trilhões no mesmo período, o que significa dizer que apenas a 5G contribuiria com 1,3% dessa expansão.

Claro, a perspectiva pode ser bem diferente, a depender de como os governos definem suas políticas para a implantação 5G. O número mencionado acima seria alcançado, frisa a GSMA, caso não haja atrasos na cessão de espectro, principalmente em ondas milimétricas (acima de 24 GHz).

O relatório “Benefícios socioeconômicos dos serviços 5G fornecidos em mmWave” é o primeiro a examinar e quantificar o impacto das ondas milimétricas na contribuição geral das redes 5G para a sociedade. O espectro em mmWave terá os serviços 5G de maior capacidade. Ele possui as características ideais para suportar taxas de transferência de dados muito altas e recursos de baixa latência, que suportarão novos casos de uso e proporcionarão as vantagens do 5G sobre a 4G.

“O 5G pode oferecer mais benefícios e uma nova gama de serviços para ainda mais pessoas, mas isso não será possível sem o acesso a este espectro vital”, diz Brett Tarnutzer, Diretor de Espectro da GSMA.

Competição

A liderança inicial já estabelecida em 5G nas regiões da Ásia-Pacífico e Américas deverá gerar a maior parcela do PIB atribuída ao 5G em mmWave, em US$ 212 bilhões e US$ 190 bilhões, respectivamente. Prevê-se que a Europa tenha a maior percentagem de crescimento do PIB atribuível a mmWave que qualquer outra região, com 2,9%.

No entanto, as vantagens não se restringem a mercados móveis de adoção precoce e, como o resto do mundo deverá implementar 5G nos anos subsequentes, as economias de escala derivadas da harmonização de espectro estimularão um crescimento ainda mais rápido. Regiões como a África subsaariana, a Ásia Central e a América Latina e Caribe poderiam ver um crescimento da contribuição do PIB das aplicações do 5G em mmWave de mais de 65% ao ano, de 2026 até 2034.

As novas faixas em mmWave para dispositivos móveis estão sendo discutidas no âmbito da Conferência Mundial de Radiocomunicações, a CMR-19, que acontece em novembro do próximo ano. A GSMA recomenda o apoio às faixas de 26 GHz, 40 GHz e 66-71 GHz para os serviços móveis na conferência. O Brasil já manifestou apoio ao uso destas faixas.

A harmonização criará, diz a GSMA, economias de escala e tornará a banda larga mais acessível em todo o mundo. Fora do processo da CMR-19, 28 GHz também estão sendo destinados nos EUA, Coreia do Sul, Japão, Índia e Canadá. Não no Brasil, onde esta frequência é destinada à banda larga por satélite.

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