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Google já tem 200 mil pontos de recarga de créditos para a Play Store no Brasil

Companhia não descarta faturamento via operadoras no Brasil, mas foco atualmente recai sobre os pagamentos por recarga, gift cards e boleto bancário.

O Google já tem uma rede de 200 mil pontos de recarga de créditos para quem deseja fazer compras de apps, dentro de apps ou assinar apps por meio da sua loja Play Store. O modelo brasileiro de recarga para a loja é único no mundo e foi criado em 2015 justamente para atender o hábito local de provisionar os gastos.

Nos países desenvolvidos, a gigante digital trabalha os Gift Cards, que embora existam no Brasil e cresçam 60% ao ano em receita, estão presentes em apenas 7,5 mil pontos de venda. Atualmente, cerca de 1 milhão de usuários fazem recargas para utilizar apps pagos baixados na Play Store.

Independente da recarga, está havendo crescimento da modalidade assinatura. Segundo Pat Correa, diretora de marketing para o segmento de desenvolvedores, plataformas e ecossistemas do Google, a receita obtida por apps baseados em modelo de assinatura cresceu 220% em setembro deste ano, se comparado com o mesmo mês de 2017.

“Serviços de assinatura passam para o usuário um valor mais tangível e facilita se programar. Quando a população tem uma receita disponível mais limitada, faz sentido reconhecer esse gasto”, afirma a executiva.

América Latina

Na região, o Google vê crescer outra forma de geração de receita com a Play Store. Estabeleceu parcerias com as operadoras de telecomunicações para permitir o pagamento na fatura telefônica. “No Brasil estamos em conversas, mas é uma negociação longa, complexa e que também depende de regulações específicas para ser autorizada”, diz Correa.

Em nossos vizinhos, a companhia tem acordo com a América Móvil, dona da Claro, no México e no Peru. Também participam AT&T no México e Entel no Chile. “A gente pretende expandir, e estamos fazendo isso em todo o mundo. Mas no Brasil, a gente não tem nenhuma previsão ainda”, acrescenta. O foco deve ser mantido nos próximos meses ainda sobre a monetização atual, baseada na recarga, nos gift cards, no cartão de crédito e também no pagamento por boleto bancário, lançado em julho deste ano.

Conversa com desenvolvedores

O Google realizou hoje em São Paulo um evento para desenvolvedores, no qual foi reforçada a necessidade de os aplicativos se tornarem cada vez mais leves. Segundo a empresa, 40% dos smartphones ou tablets têm menos de 1 GB de memória livre para instalação de apps na América Latina. Mesmo nos países desenvolvidos, um quinto dos celulares tem menos de 1 GB de armazenamento livre.

Por isso a empresa reforçou a mensagem, já transmitida no último I/O, sobre a importância de usar o recurso App Bundle, em que o desenvolvedor consegue reduzir o tamanho do app sem retirar funções importantes para seu funcionamento.

“Basta usar o recurso do bundle, que ele identifica o que é necessário no seu país. Por exemplo, um app no Brasil não precisa ter a biblioteca de língua coreana. Ao usar o recurso, a nuvem do Google identifica a necessidade local e instala apenas o necessário no aparelho”, explica Correa.

Com isso, seria possível reduzir o espaço ocupado por um app em até 35%, calcula a empresa. A preocupação também se baseia na evolução dos apps. De 2012 até aqui, o peso dos programas para celulares e tables aumento nada menos que cinco vezes. Mas a falta de espaço segue como a principal justificativa para o usuário desinstale ou desista de baixar um aplicativo.

Também para facilitar o treinamento quanto ao uso das ferramentas para desenvolvedores, o Google lançará em dezembro uma versão em português do site Play Academy, que reúne cursos sobre como melhorar o desempenho e retenção do usuário.

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