PORTAL DE TELECOM, INTERNET E TIC

Operadoras

Fibrasil, o nome da rede aberta de fibra cujo controle está à venda pela Vivo

Nome foi anunciado hoje na conferência dos resultados do 4º trimestre de 2020 com analistas do mercado financeiro. Unidade vai passar fibra em 5,5 milhões de residências até o final de 2024 e herdar 1,6 milhão de residências que já receberam a infraestrutura por parte da Vivo.

O presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara, informou hoje, 24, que a empresa de infraestrutura óptica do grupo se chama Fibrasil – ao menos até que o um novo controlador seja definido e decida se deve ou não manter a alcunha.

As negociações para a venda do controle estão avançadas. Como avisou ontem ao mercado a operadora, um grande fundo de investimentos internacional deverá ficar com a maior parte das ações da nova empresa. O nome do fundo não foi revelado.

Embora se classifique como rede neutra, a unidade terá na Vivo o cliente âncora. Já nascerá, portanto, com geração de caixa. Os acessos que não forem usados pela Vivo poderão ser comercializados a terceiros. O comprador vai controlar o negócio e terá a Vivo e a Telefónica Infra, braço de infraestrutura fixa do grupo Telefónica, como sócios.

A Fibrasil vai receber 1,6 milhão de homes passed (casas aptas a assinar serviço em fibra), dos pouco mais de 15,7 milhões que a Vivo detém atualmente. E ficará encarregada de expandir a rede óptica a mais 5,5 milhões de residências até 2024.

A operadora também seguirá implantando fibra por conta própria nas áreas de seu interesse, onde a Fibrasil não terá presença. A meta é que as redes, somadas, representem mais de 24 milhões de homes passed até 2024.

Conforme explicou Christian Gebara, CEO da Vivo em conferência de resultados realizada nesta manhã, a tele vai pagar para utilizar essa rede, mas não terá mais os custos com investimentos. Sua expectativa é que a assinatura da venda do controle aconteça nas “próximas semanas”.

Múltiplos

No começo da semana, o grupo espanhol avisou que vendeu 60% da unidade de fibra no Chile, por cerca de US$ 600 milhões. O que significou, no caso, um múltiplo de 18,4x o EBITDA. Há expectativa no mercado brasileiro quanto ao múltiplo que será utilizado com a Fibrasil.

Para os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, do banco BTG Pactual, índice semelhante praticado aqui vai “destravar valor e, talvez mais importante, acelerar a implantação de fibra da companhia [Telefônica]”.

Gebara disse que a meta é fazer da Fibrasil a pioneira do mercado de redes “neutras” no país. Conseguir que o negócio seja fechado e a empresa estabelecida antes de iniciativas semelhantes em andamento por parte das rivais Oi e TIM. Ambas prometem fechar o contrato de venda de suas “Infracos” ainda este ano.

A visão no Grupo Telefónica, esboçada ainda em 2020, é que a companhia mais rápida será capaz de atrair a maioria dos novos clientes para a tecnologia FTTH. A fibra têm por enquanto 46,5% de market share no Brasil. Deve substituir quase por completo o cobre, ainda usado por 19,6% dos clientes, e o cabo coaxial, utilizado por 26,6%, nos próximos anos.

TEMAS RELACIONADOS

ARTIGOS SUGERIDOS