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CGI.br: 78% das crianças e adolescentes do país usam redes sociais

Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021, do CGI.br, divulgada nesta terça, 16, mostra um panorama da atuação dos jovens no mundo digital

Foto: Pixabay

A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostra que 78% das crianças e adolescentes conectados usam redes sociais.

O estudo, conduzido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), foi divulgado nesta terça, 16, durante o 7º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, realizado em São Paulo.

O CGI.br aponta que entre crianças e adolescentes no país, o uso de redes sociais é uma das atividades online que mais cresceram. No ano passado, 78% dos usuários de internet com idades de 9 a 17 anos acessaram esse tipo de plataforma, um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2019 (68%).

Dentro dessa atuação dos jovens, jogar online conectado com outros jogadores (de 57% para 66%) e não conectado a eles (de 55% para 64%) e fazer compras no ambiente digital (de 9% para 19%) também apresentaram crescimento em relação a 2019. Entre as plataformas utilizadas, Instagram é a preferida. A proporção de usuários de internet de 9 a 17 anos que têm perfil no Insta avançou de 45%, em 2018, para 62%, em 2021, uma elevação de 17 pontos percentuais.

Pela primeira vez, o estudo investigou a existência de perfil no TikTok, e constatou que 58% dos usuários na mesma faixa etária estão presentes na plataforma, com prevalência das classes AB (79%), na comparação com as classes C (57%) e DE (53%). Já o Facebook está sendo deixado de lado.

Em tendência contrária à que se viu no Instagram e TikTok, a posse de perfil no Face registrou uma queda de 66% para 51% no mesmo período. A pesquisa identificou ainda que esta plataforma diminuiu sua relevância entre as principais redes sociais utilizadas (de 41% para 11%).

Pela perspectiva de comunicação, o WhatsApp segue como a plataforma em que crianças e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e é a mais difundida entre todos os estratos sociais. O estudo destacou também que atividades multimídia como ouvir música (80%), assistir vídeos, programas, filmes ou séries (84%) seguem entre as preferidas dessa faixa etária.

“Nesse contexto, a qualidade da conexão à Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso à rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. É central, portanto, garantir condições equitativas de conectividade para crianças e adolescentes em diferentes contextos socioeconômicos”, aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Crescimento

Outro crescimento identificado pelo estudo TIC Kids Online Brasil indica que 93% dos brasileiros com idades entre 9 e 17 anos são usuários de internet, o que corresponde a 22,3 milhões de crianças e adolescentes conectados. Segundo os pesquisadores, esse crescimento em relação a 2019 – quando o percentual era de 89%- foi impulsionado principalmente pelo aumento na proporção de usuários na região Nordeste (de 79% para 92%) e nas áreas rurais (de 75% para 90%).

Em 2021, 11,9 milhões de indivíduos nessa faixa etária viviam em domicílios com internet, mas sem computadores; e 2,1 milhões em domicílios sem computador e sem conexão à rede. A pesquisa detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conexão nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o único dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%).

Propagandas

A pesquisa buscou também a atenção desse público a propagandas. Sites de vídeos (67%) e redes sociais (61%) estão entre as principais plataformas em que crianças e adolescentes usuários de internet declaram ter visto anúncios de produtos ou marcas, segundo o levantamento do CGI.br. As proporções são superiores a de mídias impressas, como revistas, jornais ou gibis (21%). Em 2021, 81% dos internautas de 11 a 17 anos viram divulgação de produto ou marca online.

Os principais conteúdos vistos foram pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens — o chamado unboxing – (61%). Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online estão equipamentos eletrônicos (60%); roupas e sapatos (60%); comidas, bebidas ou doces (57%); videogames ou jogos (46%); maquiagem e outros produtos de beleza (46%).

Saúde e bem-estar

A edição de 2021 da TIC Kids Online Brasil incluiu pela primeira vez dados sobre o uso da internet na busca de informações relacionadas à saúde e ao bem-estar entre a população de 11 a 17 anos. Segundo o estudo, 32% dos entrevistados afirmaram ter procurado ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram, ou para falar sobre suas emoções quando se sentiram tristes.

As proporções foram maiores nas faixas etárias mais elevadas. O uso da rede para a procura de apoio emocional foi reportado por 46% dos que tinham entre 15 e 17 anos, 28% entre os com 13 e 14 anos; e 15% por aqueles com idades de 11 a 12 anos.

A pesquisa investigou, também, o contato dessa população com assuntos relacionados à saúde. Informações sobre alimentação (55%) foram as que mais se destacaram, seguidas por prevenção e tratamento de doenças (38%), exercícios e meios para ficar em forma (36%), informações sobre medicamentos (22%) e discussões sobre saúde sexual e educação sexual (21%).

Além de aspectos físicos, 29% dos entrevistados tiveram contato com informações sobre sentimentos, sofrimento emocional, saúde mental e bem-estar; e 38% acreditam que a Internet os ajudou a lidar com um problema de saúde.

“A pesquisa busca levantar evidências que contribuam para a promoção de direitos e do bem-estar de crianças e adolescentes. Desse modo, para além das atividades presentes na série histórica da pesquisa, o uso da rede na busca de informações sobre saúde e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investigação”, diz Barbosa.

Para a 8ª edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil foram entrevistadas 2.651 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, assim como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e março de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados à participação online desse público.

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