ETNO elenca sete tecnologias para Europa alcançar Década Digital

Além de 5G e fibra óptica, continente precisa fazer investimentos consideráveis em tecnologias emergentes, como Open RAN e satélites LEO, indica associação de operadoras
Europa precisa investir em 5G, fibra e tecnologias emergentes para não ficar para trás, indica associação de telecom
Por Década Digital, Europa terá de investir muito mais do que 200 bilhões de euros, estima ETNO (crédito: Freepik)

Para conseguir, de fato, atingir as metas da Década Digital e alcançar outras regiões do mundo em termos de infraestrutura e capacidade de conectividade, a Europa terá de investir muito mais do que os 200 bilhões de euros (aproximadamente R$ 1,06 trilhão) projetados pela União Europeia (UE) em 5G e fibra óptica.

Segundo a ETNO, associação de operadoras europeias, o bloco também precisa fazer aportes consideráveis em tecnologias emergentes para, anos mais à frente, não ficar para trás.

O estudo “Future of Eletronic Communications Networks in Europe” (O future das redes de comunicações eletrônicas na Europa, em tradução livre) aponta que, tão importantes quanto a quinta geração móvel e a fibra, são os investimentos em NFV (virtualização das funções de rede)/SDN (redes definidas por software), Open RAN, satélites de baixa órbita (LEO), computação de borda e criptografia quântica.

“Os requisitos de investimento nas futuras tendências tecnológicas serão elevados e representarão um desafio financeiro significativo para as operadoras de telecomunicações europeias”, diz o estudo, produzido pela Deloitte a pedido da ETNO.

Ainda assim, a entidade aponta que as infraestruturas de FTTH (fibra até a casa) e as redes 5G devem ficar com a maior parte dos desembolsos – a projeção é de que as duas tecnologias recebam, cada uma, aportes superiores a 100 bilhões de euros.

Entre as tecnologias habilitadoras, a ETNO indica que NFV/SDN e Open RAN serão as que vão exigir maiores volumes de investimentos, podendo variar de 10 bilhões de euros a 100 bilhões de euros, para cada uma, até 2030.

“Satélites LEO, computação de borda e criptografia quântica representarão menor necessidade de investimento, em comparação”, afirma o estudo, citando desembolsos inferiores a 10 bilhões de euros.

Na avaliação da associação, as empresas de telecomunicações precisarão apresentar casos de uso convincentes para atrair investidores. Adicionalmente, reguladores, operadoras e fabricantes deveriam colaborar para pôr em prática políticas capazes de gerar escala para essas soluções em níveis nacional e continental.

“Os progressos alcançados nas metas mais amplas da Década Digital, [como] as competências digitais, a digitalização das empresas e dos serviços públicos digitais, também serão fundamentais para desenvolver as capacidades e a procura para apoiar o investimento em tecnologias emergentes”, destaca o estudo.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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