Ericsson anuncia link microondas para redes 5G

Companhia se antecipa a concorrentes e apresenta renovação de portfólio, que passa a ter soluções já voltadas à quinta geração e à prova de futuro, que poderão ser atualizadas por software conforme as especificações técnicas da 5G sejam padronizadas

arun-bansal-ericssonA fabricante Ericsson, de equipamentos para redes de telecomunicações, resolveu se antecipar aos concorrentes, ao MWC17, e à própria 3GPP (entidade que ainda está por definir um padrão mundial). Anunciou hoje, 15, que já comercializa soluções 5G. A sua nova plataforma é composta por núcleo de rede, radiobase, equipamentos de transporte, além soluções de suporte, transformação digital e segurança.

O destaque ficou por conta do mini-link microondas, que recebeu uma grande atualização e passa a ter capacidade de criar enlaces de 10 Gbps. Os links de microondas são responsáveis por dois terços das redes de transporte do mundo, conforme a companhia.

Arun Bansal (foto), responsável pela unidade de produtos de rede, ressalta que a 5G vai escancarar as portas para novos modelos de negócios por parte das operadoras, que poderão abordar indústrias até hoje fora do escopo de serviços de telecomunicações.

“A 5G vai movimentar US$ 582 bilhões em 2026, com oportunidade espalhadas pelo setor de telecomunicações e também de utilities (energia e saneamento)”, disse durante conferência com jornalistas nesta quarta-feira, 15. A companhia garante que a 5G vai aumentar em 34% a receita das operadoras.

“A grande diferença em relação ao 2G, 3G e 4G, que foram desenvolvidos pela demanda de dados do consumidor doméstico, a 5G tem a demanda de diferentes indústrias, como a de automação e transporte conectado”, completou. Conforme o executivo, a Ericsson tenta convencer as teles mundo afora de que o investimento necessário na 5G se justifica não somente pela redução do Opex, mas também pela diminuição do custo por bit, que será uma fração do visto nas redes anteriores devido à eficiência energética, tamanho e capacidade dos novos produtos.

Como será a 5G
A visão da Ericsson é que a rede de quinta geração tenha múltiplas camadas, que poderão ser ativadas conforme as teles desenvolvam ou descubram modelos de negócios. As novas tecnologias da fornecedora trazem o conceito de camadas federadas, que permitem, por exemplo, aos usuários de uma operadora local ter os mesmos serviços ao redor do mundo. Para isso, o portfólio traz soluções com gerenciador de camadas, de políticas de usuário e usa nuvem distribuída.

Na rede de transporte, a empresa acrescenta compatibilidade com gama maior de feixes de espectro às radiobases 5G NR (acima e abaixo de 6 GHz), que já possuía. Os equipamentos integram na mesma unidade roteador, reduzindo o espaço usado.

O 4G, visto como caminho para a 5G, não foi esquecido. O Radio System também terá o espectro ampliado, receberá quatro transceivers, para ser capaz de atingir conexões de 1 Gbps. As operadoras poderão atualizar suas redes 4G para 5G apenas com uma atualização de software, garante a fabricante.

As novas tecnologias vem sendo criadas já com apoio de teles. A Verizon, maior operadora de telefonia móvel dos Estados Unidos em número de assinantes já testa esses produtos em 11 cidades. Telstra, Docomo, Deutsche e SK Telekom também figuram entre as parceiras com pilotos ao redor do mundo.

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Rafael Bucco

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