Ericsson faz ajustes e acredita em recuperação no 4º tri, no Brasil

Vice-presidente da companhia no país afirma que foram revistos gastos, feitas demissões, e que os custos já estão em linha com as vendas.
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O vice-presidente para a América Latina e Caribe da companhia, Eduardo Ricotta

A Ericsson apresentou hoje, 21, os resultados financeiros no mundo, relativos ao terceiro trimestre do ano. Como antecipado pela companhia na última semana, os números mostram uma queda no lucro líquido, tão grande que se transformou em prejuízo. Os resultados foram atribuídos principalmente a fatores macroeconômicos, especialmente a desvalorização do câmbio registrada em países como Brasil e Rússia.

Apesar do tombo de 106% no lucro líquido em relação ao terceiro trimestre de 2016, em nível global, aos menos no Brasil as expectativas são de melhora. O vice-presidente para a América Latina e Caribe da companhia, Eduardo Ricotta, diz que a empresa fez ao longo do ano os ajustes necessários para se adequar ao novo quadro econômico brasileiro.

“Tem um ano que a variação cambial no país vem impactando os resultados, uma vez que trabalhamos com a o balanço em moeda forte, a Coroa Sueca. Mas o Brasil começa a ver uma reação, e vejo que no quarto trimestre começará a ter uma situação melhor”, diz ao Tele.Síntese.

O VP local da fabricante ressalta que, embora tenha havido prejuízo neste trimestre, a situação da empresa é saudável. “É importante destacar que que a Ericsson é uma empresa rentável. Fizemos uma transformação da empresa no Brasil, para ajustar o custo da empresa com as vendas. Os ajustes já foram feitos. Revimos políticas de aluguel, de carro, de plano de saúde, reduzimos o número de pessoas que temos no país ao longo dos últimos seis meses. Agora, encontramos o equilíbrio em vendas e custo”, garante.

Em volume, ele conta que a queda nas vendas no Brasil foi um pouco maior que a queda vista na média global no terceiro trimestre, de mais de 14%. E que seria natural o país ser responsável pelo forte impacto no balanço financeiro mundial. “O Brasil é grande é grande em relação ao resto do mundo. Esteve sempre entre os top 10 mercados [da Ericsson]”, lembra. A aposta de Ricotta é recuperar receita com incremento das vendas em soluções de soluções de virtualização e LTE. “O 4G é  principal procura das operadoras, e vai continuar pelos próximos anos por causa dos 700 MHz”, conta.

Resultados
Como é praxe entre as multinacionais, a Ericsson não costuma detalhar o balanço financeiro por região. Dá apenas dados globais alguns de volumes regionais. No terceiro trimestre, a companhia registrou receita mundial equivalente a US$ 5,73 bilhões, 14% menos que um ano antes. O prejuízo líquido foi de US$ 20 milhões. As vendas de equipamentos de rede, sua principal divisão, caíram 19% no período.

Em seu balanço, avisa que vai demitir até o final do ano funcionários não apenas na Suécia, como nos Estados Unidos, Espanha, Finlândia e Reino Unido. E manteve a estimativa de cortes de custos acima de US$ 1,2 bilhão em tudo o mundo até o final de 2017 – quando espera colher os resultados financeiros dessa reestruturação organizacional.

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Rafael Bucco

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