Ericsson prevê expansão menor das vendas no 2º tri devido à Covid-19

Fabricante mantém metas de crescimento para o ano, no entanto, diante da previsão de aumento da demanda por equipamentos de rede 5G na China e nos Estados Unidos.

A fabricante de equipamentos para redes Ericsson divulgou hoje, 22, os resultados do primeiro trimestre do ano. No relatório, o CEO da empresa, Börje Ekholm, afirmou que foram pequenos os reflexos da pandemia de Covid-19 sobre os números do começo do ano. No entanto, destacou que para o segundo trimestre o impacto tende a ser mais profundo.

Ainda assim, ele duvida que haja retração do mercado de infraestrutura para redes móveis. A seu ver, citando estimativas da consultoria Dell’Oro Group, esse nicho vai crescer 4% em 2020, embora o segundo trimestre traga números inferiores à média do ano.

“A Covid-19 e as ações implementadas pelos governos para frear a disseminação estão dificultando nossas entregas por conta de ‘lockdowns’ e restrições a viagens em muitos países”, explicou. Ele afirma que não houve redução da demanda por parte das operadoras, mas a desaceleração da economia global deve afetar os planos de investimento das teles – o que é determinante para os resultados da Ericsson.

Atualmente a companhia é responsável pela implementação de 29 redes 5G comercialmente lançadas e funcionais mundo afora. E, segundo Eckholm, há ainda expectativa de aumento das receitas na China, uma vez que uma grande operadora local ampliou o contrato de fornecimento de sistemas para a quinta geração de redes móveis, a 5G.

“Como prova de nossa liderança tecnológica, fomos beneficiados com um aumento da participação [no projeto] de um dos operadores na China”, afirma. No entanto, ele diz que ainda é cedo para determinar o quanto isso vai adicionar às receitas, uma vez que outras operadoras chinesas ainda precisam tomar suas decisões sobre a quantidade de equipamentos que vão usar da Ericsson.

Além de um ano mais rentável por conta da demanda chinesa, Ekholm acredita que a fusão entre Sprint e T-Mobile nos Estados Unidos vai destravar um aporte volumoso dessas empresas na 5G, e elevar as receitas da Ericsson. No material ele admite que está procurando adotar uma perspectiva otimista diante das incertezas causada pela pandemia, e que por isso a empresa manterá as metas de crescimento para 2020 a 2022.

Ele disse ainda, na carta aos investidores, que os governos deveriam incentivar o investimento em redes 5G como forma de reacender a economia em letargia por conta do combate à Covid-19. E disse acreditar que a Europa deve ficar para trás na adoção da quinta geração móvel, uma vez que os investimentos ali estão represados.

Resultado

A Ericsson registrou no primeiro trimestre aumento de 2% nas receitas comparado ao mesmo período do ano passado, e somaram o equivalente a US$ 4,92 bilhões. O lucro líquido caiu 5%, para o equivalente a US$ 227,6 milhões. Segundo a empresa, essa redução se deve ao impacto de custos com reestruturação e porque, em 2019, houve entrada de dinheiro devido à venda de parte da divisão de mídia.

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Rafael Bucco

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