EUA revogam licenças de exportação de chips para a Huawei

Bloqueio atinge Intel e Qualcomm, que ficam impedidas de vender semicondutores para a empresa chinesa; revogação ocorre pouco após a Huawei lançar notebook com IA
EUA revogam licenças de exportação de semicondutores para a Huawei
EUA revogam licenças que permitiam que Intel e Qualcomm vendessem chips para a Huawei (crédito: Freepik)

Em nova investida contra companhias chinesas, o governo dos Estados Unidos revogou, na terça-feira, 7, licenças quer permitiam que empresas norte-americanas, como Intel e Qualcomm, exportassem chips para a Huawei.

A revogação ocorre cerca de um mês depois de a marca chinesa apresentar um novo notebook com Inteligência Artificial (IA) embarcada. O equipamento conta com chips da Intel.

A Huawei enfrenta restrições nos Estados Unidos desde 2019, quando entrou para uma lista de controle de exportações. No entanto, à época, o governo norte-americano concedeu licenças de exportação para alguns fornecedores. Com isso, Intel e Qualcomm ainda podiam vender alguns chips à marca chinesa, como circuitos integrados para notebooks e semicondutores para smartphones 4G.

A nova medida deve prejudicar não apenas a Huawei, que ainda depende de chips estrangeiros, mas também as empresas norte-americanas. A Intel, por exemplo, reduziu a projeção de receitas para o atual trimestre após ser notificada pelo Departamento de Comércio sobre a revogação da licença.

A Qualcomm, por sua vez, indicou que não esperava obter receitas de negócios com a Huawei a partir de 2025, quando o contrato vigente se encerra. A empresa norte-americana fornece chips 4G para a fabricante chinesa, que está direcionando a sua produção de smartphones para a tecnologia 5G.

FCC

Neste mês, a Huawei pode ter outra derrota nos Estados Unidos. Em sua próxima reunião aberta, a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) vai votar uma proposta que visa a impedir que a empresa chinesa participe do programa de certificações de dispositivos sem fio no país.

Segundo o órgão regulador, a medida tem o objetivo de retirar participantes considerados de risco à segurança nacional do processo de avaliação de equipamentos. Em abril, inclusive, a FCC negou uma autorização para um laboratório da Huawei participar do programa.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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