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Balanço

Huawei amplia investimentos em ano com queda de 68% no lucro

Queda considerável ocorre após empresa obter lucro recorde no ano anterior; receita avançou 0,9%, com destaque para a divisão corporativa; apesar de sanções norte-americanas, operações crescem nas Américas
Lucro da Huawei despencou em 2022
Eric Xu, presidente rotativo da Huawei, em conferência de imprensa; lucro desabou em 2022 (crédito: Divulgação/Huawei)

Em um período considerado desafiador, a Huawei viu o lucro líquido desabar 68,7% em 2022, conforme relatório financeiro divulgado nesta sexta-feira, 31. A companhia chinesa lucrou 35,562 bilhões de yuans (US$ 5,114 bilhões) no ano passado.

Vale lembrar que, em 2021, a empresa registrou o maior lucro de sua história, com alta de 76%.

Apesar da queda do lucro, a receita, por outro lado, avançou 0,9%, para 642,3 bilhões de yuans (US$ 92,3 bilhões). O faturamento das divisões de operadoras, empresas e consumidores foi de 284 bilhões de yuans (US$ 40,8 bilhões), 133,2 bilhões de yuans (US$ 19,1 bilhões) e 214,5 bilhões de yuans (US$ 30,8 bilhões), respectivamente.

Em termos percentuais, o grande destaque foi a unidade de empresas, que cresceu 30%. A receita de divisão para consumidores teve queda de 11,9%, enquanto a de operadoras teve alta modesta de 0,9%.

As operações da empresa nas Américas avançaram 9,1%. A alta só foi menor do que a obtida na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África), cujo crescimento foi de 13,5%. No entanto, vale destacar que as atividades da Huawei nas Américas equivalem a apenas 5% da receita. Os negócios tiveram queda na China (2,3%) e na Ásia-Pacífico (10,5%).

“Em 2022, tivemos um ambiente externo desafiador e fatores não relacionados ao mercado continuaram afetando as operações da Huawei”, disse Eric Xu, presidente rotativo da Huawei, na coletiva de imprensa do relatório anual da empresa.

No início de 2023, em mensagem de Ano-Novo, Xu disse que as sanções comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos eram o “novo normal” da companhia. Entre outras obstruções, a fabricante chinesa foi proibida de comprar componentes de empresas norte-americanas.

No comunicado desta sexta-feira, a gigante chinesa ressaltou que investiu 161,5 bilhões de yuans (US$ 23,2 bilhões) em P&D no ano passado, montante que equivale a 25,1% da receita anual. Com isso, a companhia elevou o gasto total em pesquisa e desenvolvimento para mais de 977,3 bilhões de yuans (US$ 140,5 bilhões) nos últimos dez anos.

“2023 será crucial para a sobrevivência e desenvolvimento sustentável da Huawei”, frisou Xu.

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