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Banda larga

Em quatro anos, vídeo responderá por 85% do tráfego IP no Brasil

Segundo estudo da Cisco, no próximo ano o número de smartphones deverá superar os feature phones tanto no país quanto globalmente

O vídeo continuará sendo a grande estrela entre as aplicações na Internet. Segundo o Cisco Visual Networking Index (VNI) ele responderá por 79% do tráfego global IP em 2020, o mesmo período que no Brasil será equivalente a 85%. E dentro dessa área também haverá novas composições: aumenta a participação do vídeo HD, que no país chegará a 56,7%. Também amplia o número de acessos de vídeo via dispositivos móveis. No geral, os dados mostram ainda que em quatro anos o tráfego IP global quase triplicará, com uma expansão anual de 22% em cinco anos, considerando o período 2015 – 2020.

“O vídeo é cada vez mais predominante”, comentou Hugo Baeta, diretor de provedores de serviço da Cisco. No Brasil, por exemplo, o equivalente em gigabyte de todos os filmes já feitos cruzará redes IP do Brasil a cada 1 hora em 2020.O tráfego de vídeo na Internet crescerá 3 vezes no período estudado, 26% ao ano, atingindo 3.0 exabytes por mês contra 955 petabytes registrados no ano passado.

Sobre esse desempenho do vídeo pesam alguns fatores, entre os quais a expansão no número de smartphones com recursos mais sofisticados para essa utilização. A previsão da Cisco é de que em 2017 tanto no Brasil quanto mundialmente o número de smartphones deverá superar o de feature phones, aparelhos com menos recursos. Na América Latina, onde o Brasil é líder, a participação de smartphones deverá crescer de 22% para 27% e de feature phone diminuir de 32% para 13% até 2020.

A participação de PCs no acesso à Internet também terá queda na região, indo de 13% para 6% no período enquanto as TVs expandem de 8% para 14%. Os acessos M2M, por sua vez, deverão atingir um percentual de 33% contra os atuais 20%.

O serviço de Ultra Alta Definição de Vídeo, globalmente, responderá por 16% do tráfego IP de vídeo até 2020. Sua participação nesse segmento irá de 2% para 16,3%. Apesar do crescimento expressivo, não tira a predominância do acesso de vídeos HD, que vão de 51,2% para 63%, e ainda fica abaixo do standard mesmo com a projeção de queda de 46,7% para 20,6%.

Sobre o mercado de vídeo, também tem influência a tendência global cord-cutting, que estabelece a substituição de assinaturas de TV paga por combinados que envolvem IPTV e acesso banda larga e vídeo digital, com serviços de streaming de vídeo. De acordo com a pesquisa, serão gerados em média 102 GB mensais nas residências com o cord-cutting contra 49 GB no ano passado.

O M2M também ganha muito destaque no cenário atual e futuro da Internet, conforme o levantamento da Cisco.  Até 2020, as redes IP globais irão suportar até 10 bilhões de novos dispositivos e conexões, passando de 16,3 bilhões em 2015 para 26,3 bilhões em quatro anos. Haverá 3,4 dispositivos e conexões per capita. Desse total, as conexões máquina a máquina atingirão algo próximo a 12, 2 bilhões, ou quase 46% do total.

O maior número de conexões M2M estará concentrado no segmento de domicílios, com um salto de 2,4 bilhões para 5,8 bilhões. Mas segundo Baeta também terão destaque as conexões M2M nas empresas e em terceiro lugar os veículos conectados. Em seguida está a área de saúde que apesar de menor em comparação aos demais apresenta rápido crescimento, cinco vezes mais, entre as conexões M2M. Ela passará de 144 milhões no ano passado para 729 milhões.

O tráfego da Internet no Brasil em 2020 será equivalente a 397x o volume de toda a Internet brasileira em 2005. A velocidade média da banda larga fixa no país vai crescer 2,3 vezes, de 2015 a 2020, passando de 8,5 Mbps para 19,5 Mbps.

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