Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (7) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o síndico da massa falida Eletronet informa recebimentos da ordem de R$ 4,32 milhões no mês de setembro. A maior parte desses recursos – R$ 3,99 milhões – vem de empresas de telecomunicações, que alugam a rede da empresa.
Os pagamentos no mês – pessoal, tributos, despesas administrativas, contratação de consultoria e acesso ao backbone, entre outros – somaram R$ 2,98 milhões. O saldo do fluxo de caixa em setembro foi de R$ 1,04 milhão, valor três vezes menor do que o obtido no mês de março, de R$ 3,36 milhões, melhor resultado do ano.
São clientes da Eletronet a Intelig, a Vivo, a Sercomtel, a CTBC e a GVT. O saldo em caixa da empresa em setembro chegou a R$ 52,35 milhões. A dívida da empresa, especialmente com a Alcatel-Lucent e Furukawa, não foi divulgada. Em 2010, esse débito era estimado entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão.
Disputa
O governo criou a Eletronet em 1999 para administrar a rede de fibras ópticas das subsidiárias da Eletrobras e leiloa 51% ao grupo AES. Os 49% ficam com as subsidiárias elétricas, reunidas na Lightpar. Em 2002, a Lightpar, considerando que a AES não cumpriu totalmente sua obrigação contratual quanto aos investimentos na rede, assume o controle da Eletronet, seguindo o acordo de acionistas.
Em 2003, diante do endividamento da companhia e das perspectivas de mercado, a Lightpar pede a autofalência da Eletronet. A AES decide sair da companhia em 2004, e vende sua participação integral à Contem Canada, que, em 2006, acaba vendendo metade de sua participação (cerca de 25%) à offshore Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas.
Em agosto de 2009, as subsidiárias da Eletrobras pediram na Justiça, e obtiveram em segunda instância e por meio de liminar, a retomada da posse dos seus cabos de fibra ótica.