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MEC quer monitorar velocidade, latência e qualidade de uso da internet nas escolas

Instituição de ensino ter ponto de conexão deve deixar de ser o único parâmetro de avaliação de conectividade pelo Ministério da Educação
MEC planeja ampliar métricas de avaliação de internet nas escolas
Participantes do 1º painel do “Edtechs e as Escolas Públicas”; MEC planeja ampliar métricas de avaliação de conexões de internet nas escolas

O Ministério da Educação (MEC) planeja ampliar os critérios de avalição sobre conectividade nas escolas. A ideia é não se ater apenas ao fato de se a instituição de ensino tem ou não ponto de acesso à rede, mas também mensurar indicadores de qualidade, como a velocidade da conexão, a taxa de latência e a experiência de uso no ambiente de aprendizagem.

Segundo a coordenadora-geral de Tecnologia e Inovação da Educação Básica do MEC, Ana Úngari Dal Fabbro, a pasta tem trabalhado para expandir as métricas de conectividade nos espaços escolares.

“O que precisamos muito mudar agora é a compreensão. A escola estar conectada não é o suficiente. Às vezes, só há acesso na sala do diretor, mas não em sala de aula, que é onde a tecnologia proporciona experiências pedagógicas com os estudantes”, afirmou, nesta terça-feira, 30, durante painel no evento Edtechs e as Escolas Públicas, realizado pelo Tele.Síntese, com apoio institucional da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro).

Nesse sentido, Ana disse que o MEC está “mudando os parâmetros do que vamos acompanhar”, sinalizando que o ministério deve desenvolver uma política de monitoramento da qualidade da internet nas escolas.

“Hoje, temos dados se a escola tem acesso à internet ou não, mas não temos uma visão tão boa sobre a velocidade da internet”, pontuou. “Muitas vezes, algumas escolas têm até conectividade adequada, com link de fibra, mas [o sinal] não chega à sala de aula”, complementou.

Além disso, destacou que, no que diz respeito ao monitoramento, a pasta planeja avaliar quais escolas têm acesso à internet por meio de velocidade adequada, conexão por WiFi e dispositivos suficientes para que o uso da internet possa ser realizado em sala de aula. “Só isso vai nos dar garantia de que temos a conexão adequada”, frisou Ana.

Paula Martins, CEO da Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (Eace), disse que, no contexto do projeto Aprender Conectado, viabilizado por meio de recursos do leilão do 5G, os desafios de conexão têm sido superados com redes WiFi que alcançam todo o perímetro escolar. A iniciativa também conta com o fornecimento de equipamentos para alunos, professores e membros do corpo diretivo das escolas.

“Estamos fazendo o monitoramento da velocidade [da internet] que está chegando às escolas. Isso está previsto em um contrato de 36 meses com os provedores”, assegurou Paula.

Programas

No mesmo painel, o diretor substituto do Departamento de Investimento e Inovação da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações (MCom), David Penha, destacou a eventual escalada do programa Internet Brasil, que consiste em fornecer chips neutros para alunos de escolas públicas.

A iniciativa segue em fase de Prova de Conceito (PoC). O projeto-piloto estava sendo feito em escolas da região Nordeste, mas foi expandido para instituições de ensino de Minas Gerais para se fazer uma avaliação mais ampla da tecnologia, segundo Penha.

“Pretendemos terminar essa Prova de Conceito ainda neste ano, sem prazo estipulado. Mas a expansão deve começar também neste ano”, disse. A expectativa é de que até 500 mil chips neutros cheguem às mãos dos alunos.

De todo modo, o CTO da Huawei para o setor público, Ricardo Mansano, ressaltou que, olhando para o avanço contínuo da tecnologia, as escolas deveriam receber infraestruturas de ponta e dispositivos de alta capacidade. “Mais para frente, os professores terão de acessar alguma nuvem. A conectividade tem de suportar essa demanda”, alertou.

Além disso, Mansano reforçou que, para que os equipamentos fornecidos vias políticas públicas sejam utilizados a pleno potencial, os professores deveriam receber capacitação computacional.

“Tecnologia de ponta não pode virar sucata”, disse. “O mesmo apagão que sofremos hoje de conectividade [nas escolas] será visto, no futuro, como um apagão de capacidade”, declarou.

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