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Balanço

Mais de 20% do EBITDA da TIM em 2024 virão dos clientes Oi Móvel

Além da elevação do EBITDA em um quinto até 2024, absorção dos clientes da Oi Móvel vai ampliar em 15% as receitas da TIM
Camille Loyo de Faria, CFO da TIM (Foto: Bruno Ryfer / Divulgação)

Na conferência dos resultados de 2021 realizada hoje, 24, os executivos da TIM informaram que a compra de fatia da Oi Móvel terá impacto direto no EBITDA nos próximos anos.

O CEO da companhia, Alberto Griselli, ressaltou que em 2024 mais de um quinto do lucro antes de depreciações, amortizações, juros e impostos (EBITDA, na sigla em inglês) virá justamente dos clientes recebidos da Oi Móvel. A aquisição prevê que a TIM integra a sua base 14,5 milhões de usuários.

O EBITDA de 2021 da TIM somou R$ 9,45 bilhões, logo, é possível estimar que o EBITDA com a clientela da Oi Móvel deve passar de R$ 11 bilhões até 2024. Isso sem considerar os crescimentos esperados para a rubrica em 2022 e 2023.

Em termos de receita líquida, a expectativa dos executivos da TIM é que os clientes da Oi representarão um ganho de 15% em 2024.

Haverá ainda sinergias técnicas, operacionais e financeiras, cujo montante total ainda é guardado em segredo. Griselli disse que não pode revelar números por enquanto, mas destacou que haverá custos com a migração dos clientes e integração dos sistemas. Por isso, falou, não acredita que haverá resultado financeiro positivo derivado da compra da fatia da Oi Móvel já neste ano de 2022.

Camille Loyo Faria, CFO da TIM, lembrou no entanto que a tele vai receber “centenas de milhões” em crédito fiscal por conta da aquisição da Oi Móvel referente à mais valia, a diferença entre o valor justo e o valor pago pelos ativos. Incluem-se nesses ativos, o espectro, a carteira de clientes, e equipamentos de rede. A lei brasileira permite amortização dessa mais valia o que gera um impacto de redução de imposto ao longo do tempo.

Dinheiro para a integração com Oi Móvel e para o 5G

Na conferência de resultados, Camille Faria também destacou que a TIM está com dinheiro em caixa para lidar com duas necessidades de curto e médio prazo: a integração da rede e dos clientes da Oi Móvel, e a expansão da rede 5G.

Segundo os dados apresentados, a TIM terminou o ano com R$ 9,8 bilhões em caixa, um incremento de 111% em relação a 2020. Esse aumento se deveu à tomada de R$ 3 bilhões em financiamentos, sendo R$ 1 bilhão em empréstimos junto a bancos, R$ 1,6 bilhão em debêntures incentivadas já emitidas, R$ 390 milhões emprestados do BNDES. Além disso, há ainda R$ 1,1 bilhão resultantes da venda do controle da I-Systems.

Além desses valores já em mãos, a TIM pode também recorrer a novos empréstimos bilaterais tomados junto a bancos. Ontem o Conselho de Administração da companhia concedeu a Faria uma extensão de prazo até o final de 2022 para emprestar mais R$ 4 bilhões.

Segundo ela falou ao Tele.Síntese, essa autorização não quer dizer que a empresa vai de fato realizar os empréstimos. Mas é um procedimento que autoriza o fechamento célere de novos financiamentos em caso de eventos inesperados.

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