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Ericsson cobra a definição de um Plano Nacional para 5G

Segundo a fabricante, país tem um dos mais altos custos de aquisição de espectro para operadores de rede, e isso precisa mudar.

A fabricante de equipamento de rede de telecomunicações Ericsson propôs hoje, 22, a elaboração, por parte do governo, um Plano Nacional para a 5G.

Em apresentação ocorrida no Painel Telebrasil, na manhã desta terça-feira, o presidente da companhia para a região Sul da América Latina, Eduardo Ricotta, defendeu um planejamento sistêmico e estruturado para que o país colhas os benefícios da nova tecnologia.

Segundo ele, o adiamento do leilão de espectro, que era previsto para acontecer este ano, para 2021, não deve ser visto como algo negativo. “É melhor fazer algo correto e bem feito do que fazer mal feito e se arrepender depois”, disse.

Na apresentação, ele pontuou a proposta a Ericsson para um plano nacional de 5G. Com cinco pilares, o plano deve, a seu ver:

1 – Assegurar que o Brasil participe ativamente da criação de novos serviços e aplicações que surgirão com a tecnologia. Para isso, a porta para investimentos em educação e parcerias entre indústria e universidade deve estar aberta.
2 – Espectro disponível deve ser amplo e barato. Segundo ele, o Brasil tem o espectro mais caro do planeta, quando comparado a 40 países e se leva em conta o custo por MHz per capita. “Se não reduzir o custo do espectro, não vai ter dinheiro para a infraestrutura 5G. O bolso das operadoras é um só”, falou.
3 – A tributação sobre o setor também precisa ser reduzida, a fim de permitir a expansão da rede. “Não é possível um setor que ajuda na área de saúde com conexão ter a mesma tributação que joia, bebida e tabaco”, alertou.
4 – O plano também precisa antever critérios de segurança e privacidade, em linha com movimento mundial de preocupação com os dados pessoais.
5 – Por fim, ele defendeu o desenvolvimento de políticas públicas de fomento para acelerar o consumo tecnológico de alto impacto no país em verticais prioritárias, como saúde, cidades inteligentes, industrias 4.0 e agronegócio.

Governo consultou, mas não publicou

Em julho de 2019 o então MCTIC chegou a realizar uma consulta pública para definir a Estratégia Nacional de 5G. Operadoras e fabricantes contribuíram. Mas o texto resultante da consulta ainda não é conhecido. Na ocasião, as participantes da consulta, entra as quais Claro, Oi, TIM e Vivo defenderam mais espectro e leilão não arrecadatório.

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