Claro vai usar software da Openet no Brasil

Equipe de marketing da operadora será capaz de definir novas ofertas sem ajuda da engenharia

niall-norton-openetA irlandesa Openet será a fornecedora de softwares para a Claro (grupo América Móvil) em quatro mercados da América Latina, inclusive no Brasil. A implementação da tecnologia acontece até o final deste ano no Chile, Porto Rico, República Dominicana, e em 2017, aqui.

Os produtos usados serão o RTOM, um gerenciador de assinaturas, e o PCRF, que faz a gestão de políticas para o assinante. Segundo Niall Norton, CEO mundial da Openet, o diferencial desses softwares em relação aos concorrentes está no foco. As ferramentas podem ser usadas pela equipe de marketing da operadora, e não apenas pelos engenheiros de rede. “O RTOM analisa informações de consumo para permitir a criação quase imediata de ofertas pelo departamento de marketing”, diz.

A Openet desenvolve programas para redes definidas por software e de suporte aos serviços e aos negócios (OSS e BSS). Para Norton, o trunfo da empresa é seu tamanho. “Nós competimos com Ericsson, Nokia, Huawei, mas por sermos menores, conseguimos também fechar negócios menores nos quais essas companhias não têm interesse”, diz.

No mundo, a empresatem cerca de mil funcionários, sendo 35 no Brasil, onde acaba de comemorar 10 anos de operação. Aqui, são clientes a Algar e a Oi. “Estamos conversando com Telefônica”, conta. Empresa fechada, a Openet faturou ano passado US$ 104 milhões.

Futuro do setor
Em conversa com o Tele.Síntese, Norton se disse empolgado com os próximos cinco anos do setor de telecomunicações. Segundo ele, já se iniciou uma profunda transformação nas empresas e nos hábitos do consumidor, que vão descortinar novos serviços. “Nos Estados Unidos trabalhamos com a AT&T em uma solução para serviços de saúde, área que vai gerar muitas oportunidades”, garante.

Ele reconhece que a indústria passa por um momento de retração mundial, em função da explosão dos dados e perda de receita tradicional. Para lidar com isso, ressalta a necessidade de atualizar as redes legadas e pensar além do móvel. “A Internet das Coisas não será apenas celular. Vai precisar de muito WiFi, teremos de lidar com isso”, diz.

A seu ver, nos próximos anos as operadoras deixarão de fornecer serviços separados como fixos e móveis, banda larga ou TV. No lugar, vão ofertar conectividade e utilidade ao consumidor. “Este será o próximo desafio, integrar completamente as redes fixas e móveis”, observa.

No caminho para se tornarem empresas mais focadas no que é útil, as operadoras devem se aproximar de outros setores. Além do mercado de saúde, ele espera mais proximidade das produtoras de conteúdo. “Queremos ser intermediários entre parcerias das operadoras com Uber, Netflix, ou Globo para oferta de novos serviços”, ressalta.

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Rafael Bucco

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