Na Claro, mensagens RCS vão consumir franquia de dados

Para a Claro, RCS não deve ser fonte de novas receitas.

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A operadora móvel Claro vai adotar o padrão RCS de troca de mensagens em celulares ainda neste trimestre. Mas não há expectativa de que isso resulte em nova fonte de receita. Conforme o diretor de engenharia da companhia, André Sarcinelli, o uso do serviço será descontado da franquia de dados do cliente, e o impacto neste consumo deve ser mínimo.

“A gente não vê que existe receita adicional em cima do produto. O nosso interesse é em inovar”, diz. O RCS faz parte de uma estratégia mundial do setor de telecomunicações e do Google de retomar parte do tráfego de mensagens perdido para OTTs como o WhatsApp ou o Facebook Messenger.

Espécie de SMS mais sofisticado, o RCS permite o envio de mensagens de texto, vídeos, fotos, interações. É possível, até, realizar transações financeiras através do serviço.

A expectativa de que o impacto na franquia seja muito pequeno se explica pois a intenção é que o serviço seja uma alternativa ao SMS. O tráfego com SMS cai ano a ano nas operadoras, que já deixaram de investir em sua expansão há pelo menos três anos e oferecem pacotes generosos, quando não ilimitados, de envio de mensagens de texto.

Integradoras que vendem soluções de envios em massa de SMS para empresas contactarem clientes são as que ainda faturam com o segmento. Elas é que vão buscar as receitas do RCS, na opinião do executivo da Claro. Além disso, a operadora não pretende adotar o modelo zero-rating, aplciado ao WhatsApp, com o RCS.

Para usar

O RCS poderá ser usado em todo celular Android. Os smarphones da Apple ficam de fora. “A Apple acredita que o iMessage deveria se o padrão, não o RCS”, explica Sarcinelli.

Para ele, o RCS tem benefícios que vão além de substituir o SMS. A começar pela multifuncionalidade. Com uma troca de mensagens o usuário poderá realizar operações complexas com empresas. “Hoje, para comprar uma passagem aérea, é preciso entrar no site ou usar o aplicativo da companhia. Com o RCS, o cliente poderá comprar, escolher o assento, fazer o check-in com a troca de mensagens. Não precisa mais dos aplicativos ou navegar na internet por diferentes páginas, por exemplo”, acrescenta o executivo da Claro Brasil.

Para usar o RCS, quando este for lançado por aqui, o consumidor precisará ter um smartphone com sistema operacional Android. Os fabricantes deverão enviar atualização do sistema para instalar o serviço. Mas, se isso não acontecer, o usuário poderá baixar o app na loja de aplicativos do Google. A previsão é de que todos os celulares fabricados após o lançamento do RCS passem a vir de fábrica com o app, que vai substituir o app do SMS nos aparelhos.

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Rafael Bucco

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