Claro estuda modelo de negócio para mercado secundário de espectro

Operadora cobra mecanismo no leilão 5G que permita às teles alinharem a faixa de 100 MHz comprada em âmbito nacional para garantir uso eficiente em todo o território

O diretor de infraestrutura da Claro, Celso Birraque, contou hoje, 23, que a operadora estuda um modelo de negócio que a permita comercializar espectro no mercado secundário brasileiro, criado pela lei 13879/19. O modelo prevê que empresas donas de licenças de espectro possam negociar o uso das frequências.

“O mercado secundário pode ser um negócio, sim, para a Claro. Existem estudos dentro da operadora sobre isso”, afirmou o executivo. Segundo ele, no entanto, a empresa aguarda a publicação do edital do leilão 5G. Este será o certame com maior quantidade de espectro para 5G relaizado no mundo. Haverá sobras da faixa de 700 MHz, além de 2,3 GHz, 3,5 GHz e em 26 GHz.

“Depende das regras e obrigações presentes no edital. Também é importante considerar que a implantação do negócio no mercado secundário é desafiador por conta do tamanho do país, e que vai ter regiões onde implementar isso vai ser mais desafiador”, frisou. O executivo participou hoje de evento virtual promovido pelo site Teletime.

De olho na 5G

Para Birraque, o leilão da Anatel abrirá as portas para uso da tecnologia no país. A aplicação inicial na qual a Claro pretende investir, após adquirir novas frequências, será a enhanced mobile broadband (EMBB), que consiste na banda larga mais veloz no celular.

Outra oportunidade visada pela companhia é a aplicação fixed wireless access (FWA). Neste caso, a operadora pretende utilizar um modelo de teste de viabilidade. A empresa usaria a FWA para verificar o grau da demanda em uma área, e então levar a fibra óptica.

A abordagem em fases é necessária um vez que o desenvolvimento de cada aplicação requer modificações específicas na rede. “Cada aplicação dessa vai exigir um desenho de rede diferenciado”, lembrou.

Birraque defendeu ainda que o formato do leilão preveja blocos nacionais de 100 MHz na faixa de 3,5 GHz, a fim de garantir a perfeita sincronia nas divisas de estados e maior eficiência do uso do espectro. “É importante que o próprio leilão tenha ferramentas para que essas faixas sejam alinhadas nacionalmente”, sugeriu.

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Rafael Bucco

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