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Entrevistas

Com a palavra, Christian Gebara, CEO da Vivo

Digitalização da sociedade, novos serviços da empresa, financiamento da rede, competição da banda larga fixa e no celular estão entre os temas abordados. Para o executivo, estímulos tributários deveriam ser dados mirando as cidades a serem atendidas, e não o porte da operadora.

 

Christian Gebara, CEO Vivo

Christian Gebara, CEO da Telefônica/Vivo, a maior operadora de telecomunicações do país, e no topo do ranking dos investimos recorrentes, traz nessa entrevista ao Tele.Síntese a sua visão de como deve avançar a sociedade digital. Entende que a digitalização de muitos dos setores – como educação e saúde – poderá corrigir mais rapidamente as desigualdades sociais brasileira, e, para isso, defende políticas públicas mais coesas.

Fala ainda das transformações internas que o grupo está fazendo para se firmar como uma empresa de soluções digitais, e não apenas de fornecimento de conectividade.  Apresenta algumas reflexões sobre desafios competitivos e regulatórios atuais, ressaltando que o compromisso da empresa com o país é permanente.

Alguns temas abordados na conversa foram publicados pelo Tele.Síntese na sexta-feira passada. Agora, publicamos os melhores trechos da entrevista, reproduzida com suas próprias palavras.

Bom domingo, bom voto.

Viva a democracia.

Quando você prevê a chegada de realidade aumentada? Metavarso? E essas novidades, para o cidadão comum?

Gebara – Uma coisa é a tecnologia, que nós temos. Outra, são as aplicações. Essas duas não estão 100% associadas. Poderão surgir
experiências virtuais como se estivessem no mundo físico ou, ao contrário, o mundo real vai para o virtual. Acredito que nós vamos continuar aqui, no mundo físico, presencial, mas com algumas experiências que possam ser mais reais no mundo virtual. Hoje, já há uma sobreposição de real com o virtual. Por exemplo, quando a gente manda uma mensagem para outra pessoa ou fazemos uma vídeo chamada. No futuro, pode ser que você seja 100% virtual, mas com características mais próximas no presencial. Uma mistura total.

Distante ainda para mim..

Gebara – Nós, que somos de gerações que nascemos sem o digital, poderemos ter mais dificuldades. Mas as novas gerações já nascem com muito menos divisões entre o digital e o físico. E as futuras nascerão já inseridas no novo mundo. E por que isso deve ocorrer? Deve ocorrer porque tem muito interesse econômico por trás, e não é das operadoras, mas sim desses grandes grupos de tecnologia. Quais sãos os novos passos do Facebook? da Microsoft? Eles têm muito interesse porque são novos modelos de negócios e novas plataformas que ser por eles  monetizadas. E eles têm habilidades maiores do que as operadoras de telecomunicações, que são
as viabilizadoras de tudo isso, e gente não conseguiu monetizar no passado. Mas isso vai ocorrer. Se vai ser como eles imaginam, a gente vai ver ao longo do tempo.

Há riscos?
Gebara –Acho que vai haver muita crítica. Esse mundo de NFTs de obras de arte por exemplo, que valem mais do que as próprias obras, não sei se é muito realista. Mas o mundo vai avançar esse nessa direção. Precisamos indagar, no entanto, o quão positivo é esse movimento para um país como o nosso. Um país com tanta desigualdade como o Brasil, onde existe a exclusão de grande parte da população. Acredito que a adoção das tecnologias digitais deve buscar outras coisas.

Mais sociedade e menos metaverso?
Gebara – A inclusão dessas pessoas, seja inclusão financeira, seja inclusão no sistema de saúde de maior qualidade para todo
mundo, seja em um sistema de educação maior e melhor para todo mundo, dificilmente a gente vai conseguir contando apenas
com os meios físicos. Não estamos conseguindo, e não vamos conseguir, com a rapidez que a gente precisa. Os meios digitais são
uma possibilidade de maior de inclusão.

E o papel do 5G nisso?
Gebara – Antes de falar do 5G, quero assinalar que o 4G continua muito relevante e continuamos investindo nele. Mas o 5G tem
características distintas. Mas o 5G  precisa de dispositivo acessível. O aparelho do 5G hoje é até mais acessível do que o do 4G quando entrou, mas ainda custa, o mais barato, mil e trezentos reais. Ainda é caro. O 5G, além de levar conectividade, tem latência baixa, o que permite resposta imediata a um comando e permite vários dispositivos conectados ao mesmo tempo. A grande revolução do 5G não é a conexão de pessoas que hoje não estão conectadas, mas sim a conexão de coisas que hoje não estão conectadas. É a internet das coisas.

Você defende a necessidade do avanço da economia digital para atuar sobre as desigualdades sociais, mas a pandemia mostrou que, ao mesmo tempo em que as operadoras souberam dar respostas às novas demandas, também realçou alguns problemas, como a falta de acesso da população mais necessitada às aulas virtuais por causa da falta da franquia de dados….

Gebara – As empresas de telecomunicações conseguiram durante a pandemia dar resposta brutal para com um comportamento muito diferente do que a gente estava acostumado. Antes, o consumo era muito mais equilibrado ao longo do dia, e, de repente, todo mundo se conectou no momento zero de casa por vídeo. Um consumo brutal . Como nós tínhamos feito muitos investimentos, eu falo aqui pelo setor, conseguimos dar a resposta. É um grande mérito das empresas que estão aqui presentes no Brasil que investem cifras elevadas. A Vivo investe em média 9 bilhões de reais por ano. E a gente não tem retorno desse investimento, porque a receita não cresce. Por muitos anos, nosso setor cresceu esse abaixo da inflação. Existe de fato o problema de rentabilidade do setor. Se a gente analisar o Capex sobre receita, que é o indicador usado pelo mercado financeiro, o Brasil está entre os piores nesse quesito. A geração de receita é menor do que deveria ser. Os Estados Unidos têm um Capex maravilhoso,  mas a receita é também maravilhosa.

Retomando o tema da desigualdade do acesso…

Gebara – Aqui, a desigualdade existe por vários fatores, não é um só um tema das telecomunicações. Aliás, esse é um dos temas que estamos discutindo agora B20 de digitalização.  Sou único brasileiro a fazer parte do grupo.  [ O o grupo é o fórum de diálogo global do G20 com a comunidade empresarial e tem a tarefa de recomendar iniciativas que estimulem o crescimento e o desenvolvimento econômico]. O debate nesse grupo é como se amplia a digitalização no mundo. Tem uma parte que é a ampliação da conexão, que a gente tem que fazer. Aqui no Brasil, há muito investimento derivado de obrigações todos os leilões ( de frequências) que foram feitos ao longo dos últimos anos. São obrigações duras, que a gente está cumprindo. Com isso, deveria aumentar ainda mais o acesso à digitalização às pessoas mais carentes. Depois há o tema tributário.

Houve a redução recente  do ICMS…
Gebara – A redução do ICMS é super importante porque, afinal, você consegue repassar essa redução para o consumidor e repassar mais franquia de dados ao mesmo preço. No pré-pago, por exemplo, todas as operadoras deram mais franquias. Há também agora a possibilidade de usar os recursos dos fundos setoriais, como o FUST. [ Fundo de Universalização das Telecomunicações]. Isso, é claro, que ajuda.

Acha que o FUST  deve ser  usado para financiar o consumo?
Gebara – Acho que tem que ser usado nos projetos existentes. Pode ser para o consumo, ou para levar educação e saúde. Outra vitória importante refere-se às leis de instalação de antenas. Havia mais de 300 leis municipais que não permitiam instalação de antenas nas periferias. São Paulo era uma dessas cidades. Por mais que havia  a boa vontade dos prefeitos anteriores, a lei não mudava e a gente não podia colocar uma antena onde não existia comprovação de posse. E na periferia isso não existe. Não podíamos colocar antenas em ruas que não tivessem uma determinada largura. E na maioria da periferia as ruas não são largas o suficiente.  Acho que a pandemia mudou isso. Hoje, nós temos grande parte das principais capitais do país com novas legislações.

Você entende que o barateamento de aparelhos deve fazer parte de políticas públicas?
Gebara – Sim. Não é possível aceitar que uma criança não tenha um dispositivo para fazer uma aula online. Isso também é política pública. Política pública é trazer mais acessibilidade para a educação, por exemplo. Precisamos também ter políticas públicas para a produção de conteúdo local.  A Fundação Telefônica Vivo por exemplo, faz um trabalho maravilhoso em conteúdo. E o quarto ponto para uma política pública é  formação dos profissionais, para que eles possam ser viabilizadores da digitalização. Onde estão os
programadores? Onde estão os cientistas de dados? O Brasil tem uma carência gigantesca desses profissionais. Para se corrigir, é preciso levar a digitalização  para que as escolas estejam conectadas. Mas também é preciso formar os professores, para que eles, através da digitalização, possam ensinar essas novas profissões. O Brasil precisa ser um país com maior inclusão digital, o que inclui cobertura, mas também dispositivos, professores e conteúdo..

Falando em cobertura, a Vivo anunciou na semana passada, quando divulgou os resultados do terceiro trimestre,  que pretende ter 29
milhões de HPs em fibra óptica em dois anos. Mas, olhando para os números da Anatel, já haveria mais de 100 milhões de HPs fibradas… Já há excesso de fibra?

Gebara – Tem muito domicílio, aí falo das classes A, B e C, que tem cobertura de fibra hoje. Mas isso se concentra em 380 municípios. Em um país de mais de cinco mil municípios, ainda é pouco.  Mesmo analisando os pequenos operadores, vamos constatar que existe um número importante de municípios que não tem uma banda larga de ultra velocidade. Isso porque,
financeiramente, é impossível. Hoje, por sinal, existem vantagens tributárias para os pequenos, que nós não temos.

Você acha que  a assimetria tributária é ruim?
Gebara – Acho que a vantagem do tributária deveria ser pelo tamanho da cidade, e não pelo tamanho da operadora. Na telefonia móvel, por exemplo, vários estados deram estímulos tributários para as empresas chegarem em todos os municípios. Ao se criar estímulos apenas para as companhias, elas acabam escolhendo as cidades mais rentáveis. Não quero dizer, com isso, que precisamos ter fibra em todos os municípios brasileiras. Até porque o 5G tem uma cobertura mais ampla, e ele pode substituir a fibra. O Brasil não precisa resolver o problema de cobertura do domicílio só com fibra. É um país continental e é muito complicado  chegar. Mas poderia ter estímulos para colocar um site 5G em municípios menores. Isso já existe em outros países.

É o FWA que está sugerindo?
Gebara – Sim, o FWA. O preço desse equipamento no Brasil, que é importado, é proibitivo. Por isso, insisto que precisamos de dispositivos baratos.

Em relação ao mercado de banda larga fixa, a Anatel entende que a competição está estabelecida.
Gebara – Acho que este mercado está super resolvido, com muito players. Mas acho que vai haver consolidação.

A Fibrasil é consolidadora?
Gebara – Vamos lá. São vários temas. Vimos que já houve consolidação por parte de diferentes grupos que, inclusive, abriram o capital. Houve também  junções de pequenos. Muitos pequenos tinham irregularidades fiscais e técnicas, e as aquisições são positivas, porque os consolidadores arrumam as empresas e redes. A leitura da Anatel é correta. Muitos pequenos surgiram pela falta de investimento da Oi. Agora, a Oi está na V.tal e tem oportunidade de crescer. Ela tem a segunda maior rede de fibra. A primeira é
a da Vivo. Eles têm o objetivo de crescer. E crescem porque têm a rede de cobre que estão substituindo por fibra. Mas fibra custa muito dinheiro. Mas acho que seria muito ruim para o setor, se todo mundo construir as redes nos mesmos lugares.

Você acha que isso ainda não acontece?
Gebara – Já existe sobreposição de rede. E por isso, acredito que vai haver consolidação, para evitar que isso se agrave. No final a Anatel vai ter se deparar em momentos que poderá ter que liberalizar compras de uma empresa por outra. Não estou falando que seremos nós. Nós temos a maior rede de FTTH. Temos 22 milhões de HP (Home Passed), vamos chegar a 29 milhões em 2024.

Mas a V.tal está prometendo 40 milhões
Gebara – Hoje,  Somos a maior rede de fibra óptica. E, por isso, a possibilidade de existir sobreposição com nossa rede é maior também. Quanto maiores são as empresas, mais difícil é ser comprador..

Você disse, na divulgação dos resultados,  que vai investir R$ 9 bilhões este ano. Mas esse valor seria menor do que a correção inflacionária, já que no ano passado a Telefônica/Vivo investiu R$ 8,6 bilhões.
Gebara – Eu disse “ao redor” de 9 bilhões. O que posso dizer é que já investimos 7 bilhões.  E  esse valor é 11% maior do que no mesmo período do ano passado.

Voltando à questão da rentabilidade. No Brasil, ela continua mais baixa do que a métrica global. Mesmo assim,  alguns países  estão propondo que as OTTs financiem parte das redes de telecom. Você acha que no Brasil, a neutralidade da rede limita este debate? Acha que é possível retomar este tema? 
Gebara – Sim, acho que  limita sim. Esse debate tem que ser tem que ser feito. Se a gente quer aumentar a digitalização, aumentar a a
cobertura, então, a conta tem que ser paga. Falamos aqui  de investimentos privados e de incentivos do governo. Mas existe uma terceira parte, a dos geradores de conteúdo.  Hoje, todo o tráfego de rede tem uma concentração enorme. Dois ou três players
concentram quase 90% do tráfego consumido. O debate deve ser qual é a contribuição que deveria ser feita. Não podemos defender algo do  tipo “ vamos tributá-los mais porque a gente é muito tributado”.. O debate deve ser como a gente divide a responsabilidade para aumentar a digitalização no Brasil entre players que são os grandes beneficiários dessa digitalização. São poucos players, com uma concentração muito grande,  que monetizam seus serviços.

Por outro lado, essas empresas alegam que são elas que trazem os clientes para vocês…
Gebara – Por isso, acho que não é uma discussão “eles contra nós”. A questão é: quanto mais conteúdo é gerado, mas a rede é usada. Exemplo: Já temos uma experiência com os clientes que têm dispositivos 5G. Eles consomem 50% mais de tráfego do que os que têm o celular 4G.

Por quê?

Gebara – Porque a experiência é melhor, vai o dado mais rápido e aí vai consumindo mais. Quando você percebe que a experiência é excelente e que você tem  franquia de dados para isso, você vai consumindo muito mais.

Gasto mais também?
Gebara – No nosso caso não, porque não aumentamos preço. Falamos de metaverso, de realidade virtual. Tudo isso vai exigir mais consumo da rede. Na pandemia, demos as respostas porque construímos capacidade extra na rede. Vai chegar um momento em que todo mundo vai ter dispositivo 5G. Todo mundo vai ter plano como franquia de 5G. Até onde eu vou retirar recursos para conseguir dar resposta a esse consumo de tráfego? Voltando então para a neutralidade da rede, talvez algum tipo de conteúdo precise ter uma remuneração diferente. E isso também se reflete sobre as frequências, já que temos uma preocupação futura de dar respostas para as frequências que compramos.

Quem você acha que deve liderar essa discussão? A Anatel tem defendido uma interlocução mais uniforme para essa questão.
Gebara – É tema de política pública. As comunicações podem ser as viabilizadoras do agro, do meio ambiente, da educação, saúde, infraestrutura, economia. Tem poder de inclusão financeira também. É uma pauta de governo. E é sensacional que Anatel queira dividir isso.

Voltando para a competição, se na banda larga fixa ela está resolvida, embora possa haver ainda algumas peculiaridades que na visão de vocês tenham que ser resolvidas…..
Gebara – Sim. Entre elas, a questão da fiscalização. É preciso fiscalizar igualmente a questão tributária, a questão consumerista, porque,  se não,  fica muito desequilibrado. Muitas vezes encontramos preços muito agressivos que não justifica a Vivo concorrer ou
entrar naquela cidade. Acho que é pouco benéfico para o próprio consumidor

Por que? O consumidor, a princípio, gosta de preço mais barato…
Gebara – Porque não posso oferecer muitas  um serviço melhor se as condições não forem igualitárias. Muitas vezes, o consumidor tem que conviver com uma única solução, porque o benefício é dado para aquela empresa muito específica…

Na agenda atual, estão as questões do roaming e MVNO

Gebara –  Que se permita o roaming para aqueles operadores que estão em uma região e seus clientes querem ir para outra região, mas dentro de condições economicamente viáveis para as operadoras que investem em rede que vão oferecer esse serviço. Não posso oferecer o serviço abaixo do custo. É discussão do momento. Vamos chegar a um acordo, sem problemas. Agora, roaming é para complementar a rede. Não é para criar rede. O MVNO, por sua vez,  é para dar condições sobre a rede. A Vivo tem hoje 97 milhões de acessos móveis. Não posso prejudicar o serviço que eu dou para esses clientes. Então, o valor que eu faço para o MVNO tem que ser suficientemente rentável para fazer os investimentos necessários  para acomodar os meus clientes e os clientes da outra operadora que vai usar a mesma rede. Os preços do Brasil são dos mais baixos do mundo. Pode comparar o preço líquido que a operadora ganha depois de todos os impostos. O valor do giga aqui é dos mais baixos do mundo. O plano de dados  no Brasil é muito barato em relação a qualquer outro serviço. Não se perdeu competitividades do mercado com saída da Oi móvel.

A Vivo criou três novas empresas – para IoT, Ciber segurança e Big Data. Para quê?
Gebara – Nós, como empresa, estamos querendo ser, cada vez mais, empresa de serviços digitais. Essas empresas foram criadas  para atender ao  segmento B2B. Grandes, médios e pequenas empresas. Isso porque, as empresas não querem só conexão. Querem segurança e mais soluções de IT. Aposta é que essas empresas  pensem em produtos para as empresas. Esse segmento já gerou 2,5 bilhões de reais. Cresceu 33%. Nós queremos dar valor à oferta de soluções de tecnologia. O mercado deu valor para as empresas de infraestrutura de torres, agora para as de fibra. Deu valor para as empresas de conteúdos e de serviços digitais. E não deu nenhum valor para as empresas de telecom, sendo que as torres eram nossas, as fibras também.

Mas vocês também têm uma parceria  de rede neutra, a Fibrasil.
Gebara – Para nós, diferente de outras operadoras, a fibra é um ativo importante, que está dentro da companhia. Na Fibrasil, a
Telefônica co-controla, não vendeu o controle da rede. E porque isso? Para dar mais velocidade na construção e criar valor para a empresa.

No B2C, a Vivo vai entrar no Open Finance?
Gebara – Já estamos nos sistema financeiro. Já demos 160 milhões reais em crédito. Tenho o melhor modelo de crédito para os desbancarizados atualmente.  Somos uma empresa com um big data, um conhecimento do cliente, que ninguém tem, uma marca forte, e podemos cobrar o cliente através da fatura, no país onde 70% das pessoas não têm cartão de crédito. A Vivo tem o poder de criar um ecossistema digital, que vai além de só vender conexão. Vamos ter vários modelos. Entre eles, fazer a distribuição do serviço, como faço com o vídeo. Hoje, vendo Netflix, Amazon, HBO, Globo, tudo através da plataforma da Vivo. Nós somos um dos maiores vendedores desses serviços no Brasil. Eles querem trabalhar com a gente porque temos o canal, o conhecimento do cliente, a fatura”, resumiu.

Vocês também anunciaram parcerias na educação..
Gebara –  Firmamos uma joint-venture com a Ânima.  O protótipo do aplicativo, batizado Viva E, já está pronto e disponível nas lojas de aplicativos com cursos livres e alia a uma plataforma de descoberta de empregos. Vamos atuar assim, em parcerias ou comprando empresas em diferentes verticais, no financeiro, na educação, na saúde. Queremos o cliente engajado no ecossistema da Vivo.

Por  fim, o tema das concessões de telefonia pública. É possível ainda migrar a concessão pública para o serviço privado, e encerrar assim esse debate?

Gebara – debate é o valor dessa concessão e custo dessa migração. Estamos em um processo de arbitragem sobre o equilíbrio econômico financeiro e a sustentabilidade do negócio.

 

 

 

 

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