Projeto-piloto do real digital será implementado em março

Em teste, real digital é implementado em março. A moeda adiciona Brasil entre os países pioneiros na virtualização do sistema financeiro.
Em teste, real digital é implementado em março. A moeda adiciona Brasil entre os países pioneiros na virtualização do sistema financeiro.
Em teste, real digital é implementado em março. A moeda adiciona Brasil entre os países pioneiros na virtualização do sistema financeiro.

Nesta semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto anunciou que o real digital começará a ser implementado ainda em março, em fase piloto. A moeda será liberada para os primeiros usuários e deve estar disponível ao público geral, no entanto, apenas em 2024.

Considerado uma CBDC, sigla para Central Bank Digital Currency — ou Moeda Digital Emitida por Banco Central, em tradução livre, o real digital atuará como uma versão virtual da moeda corrente do Brasil, o real. Terá o mesmo valor da versão física, sendo atrelado ao lastro público, porém 100% virtual. 

A segurança da moeda é garantida pela cadeia blockchain, que executa uma série de cálculos e criptografa as cédulas emitidas, evitando fraudes. Diferente de criptomoedas como o Bitcoin e o Ethereum, o real digital será centralizado pelo Banco Central. Assim, apenas a instituição brasileira poderá emiti-lo, não sendo um ativo financeiro. 

“O Bitcoin e outros cripto ativos são moedas descentralizadas, não possuindo regulação de qualquer instituição, apenas do mercado. O real digital apresentará o amparo do Banco Central para garantir o poder de compra, essa diferença inibe a especulação que ocorre no mercado de criptomoedas”, avalia Diego Hernandez, economista e fundador da Ativo Investimentos. 

Como qualquer novidade tecnológica, muitas fases de testes até o total amadurecimento da ferramenta são necessárias. A implementação do real digital em março representa a concretização das discussões que ocorrem desde 2018 sobre a criação da moeda no país. 

“Assim como o PIX, o real digital será implementado por fases, ganhando novas funcionalidades com seu amadurecimento. Eu enxergo com bons olhos essa nova ferramenta, garantindo que transações no varejo e bens de consumo com grande valor agregado ocorram em segurança. A ferramenta também permitirá a transação mais rápida de câmbio entre países, fomentando negócios internacionais”, comenta Lorena Botelho, advogada especializada em Direito Digital. 

Estados Unidos, Coreia do Sul e Suécia, por exemplo, estudam criar suas moedas digitais emitidas por bancos centrais. A China hoje lidera o mercado de CBDC, possuindo um total de 20 milhões de chineses que utilizam diariamente a moeda digital do país.

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Ettory Jacob*

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