SG do Cade aprova, sem restrições, compra da Samm pela Mega

Órgão de defesa da concorrência concluiu que, juntas, as empresas não possuem PMS e, assim, operação não traz prejuízos ao ambiente concorrencial
Cade libera compra da Samm pela Mega
Cade libera compra da Samm pela Mega, em negócio de R$ 100 milhões (crédito: Freepik)

A Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a compra da Samm pela Mega (antiga Megatelecom). O negócio de R$ 100 milhões, anunciado há pouco mais de um mês, consiste na aquisição integral da prestadora de conectividade. A transação ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Em sua análise, a SG considerou que a operação “não possui o condão de acarretar prejuízos ao ambiente concorrencial”.

O órgão de defesa da concorrência mencionou que, com base em estimativas de participação de mercado, as atividades sobrepostas das duas empresas – em especial, oferta de banda larga e de infraestrutura de rede compartilhada – ficam abaixo de 20% nos territórios em que atuam.

Além disso, destacou que as integrações verticais (oferta de infraestrutura de rede no atacado e prestação de Serviço de Comunicação Multimídia – SCM) permanecem abaixo de 30% nos mercados explorados.

A SG do Cade ainda ressaltou que avaliou os efeitos concorrenciais da aquisição levando em conta o conceito de Poder de Mercado Significativo (PMS), da Anatel.

“As requerentes não detêm PMS em nenhum dos municípios em que atuam, o que é indicativo de que a extensão das infraestruturas por elas detidas não é relevante. Portanto, suas infraestruturas não desempenham um papel significativo no mercado de atacado desses municípios”, avaliou.

Neste caso, destacou que, em todos os municípios em que a Mega e a Samm operam, há a presença de “grandes players de telecomunicação no Brasil, muitos dos quais são detentores de PMS, como Claro, Oi, Algar, Telefônica, entre outros”.

Negócio

A Mega fechou um acordo de R$ 100 milhões com a CCR para comprar a Samm, unidade da concessionária de rodovias detentora de redes de telecom nas estradas que administra.

A aquisição inclui ativos da rede que atravessa Sul e Sudeste, com interligações entre São Paulo e Rio de Janeiro, além de conexões no interior do território paulista, em cidades como Campinas, Sorocaba e São Jose dos Campos. Também faz parte do negócio uma rede de backnone que corta toda a região Sul do País.

A Mega indicou que a compra da Samm não será a última deste ano. O provedor B2B planeja se tornar uma empresa com escala nacional. Apesar da venda, a CCR continuará sendo cliente da Samm.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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