Rompimento de cabo submarino da Cirion foi causado por embarcação

Empresa iniciou reparos nesta quinta-feira, 5. Dano comprometeu o funcionamento da infraestrutura e deve ter sido causado por uma âncora.
Cirion estima levar cinco dias para consertar cabo submarino no Rio
Tatiana Fonseca, EVP da Cirion; reparos em cabo submarino rompido no Rio já começaram (crédito: Eduardo Vasconcelos/TeleSíntese)

A Cirion, empresa responsável pelo cabo submarino rompido na costa brasileira no início de setembro, começa a fazer os reparos no equipamento nesta quinta-feira, 5. A expectativa é de que o serviço leve cinco dias para ser concluído, informou Tatiana Fonseca, vice-presidente de Operações da companhia no Brasil.

O cabo em questão faz parte do sistema SAC (South American Crossing) East da Cirion, o qual tem pontos de conexão em Fortaleza, Rio de Janeiro e Santos (SP), além da ilha caribenha de Santa Cruz (St. Croix) e de Las Toninas, na Argentina.

O dano ocorreu no dia 11 de setembro, a cerca de 200 quilômetros do Rio de Janeiro, e foi causado por uma embarcação.

“Provavelmente, foi uma âncora. Uma investigação está em andamento para ver como vamos tomar as providências para responsabilização”, disse Tatiana, em conversa com jornalistas, após participar de um painel no evento Futurecom, em São Paulo.

O navio com os equipamentos e a equipe de reparos chegou ao Rio de Janeiro nesta quinta. Para fazer o conserto, o cabo será tirado do fundo do mar. A previsão de cinco dias para conclusão do serviço deve ser cumprida caso não haja outros danos ao cabo submarino.

“Vamos ver se é só esse ponto. Ainda não sabemos o dano [completo] que a embarcação causou. Pode ser que tenha outros pontos [danificados] ao longo do cabo”, ponderou a executiva. “Acreditamos que entre hoje e amanhã devemos ter uma visão melhor sobre se isso vai levar cinco dias ou um tempo maior em razão de algum outro rompimento”, complementou.

Transferência de rotas

De acordo com Tatiana, a atenuação do cabo foi grave, de modo que o equipamento teve de ser desativado para que o tráfego de dados pudesse sem roteado por outras rotas.

A executiva disse que a empresa conseguiu rotear 80% do tráfego IP que passa pelo cabo em cinco dias após o incidente na costa fluminense. Inicialmente, isso foi feito por outras rotas subaquáticas, mas, por causa do aumento da latência, a empresa também recorreu a infraestruturas terrestres.

Os demais 20% foram remanejados em outro período subsequente de cinco dias, utilizando capacidade extra da empresa.

“Inserimos mais equipamentos para conseguir habilitar novas rotas para escoar esse tráfego por caminhos terrestres e submarinos. Tivemos de aumentar a capacidade instalada submarina por outras rotas para conseguir escoar conforme a latência exigida pelos clientes”, explicou a executiva.

Ainda segundo Tatiana, há dez anos, a empresa teve um problema parecido na mesma região. “O lado bom é que mostra que nossa incidência de falhas é baixa”, pontuou.

Outros casos

Este não é o primeiro incidente de grandes proporções envolvendo cabos submarinos na costa brasileira neste ano. Em março, um cabo da Telxius, subsidiária do Grupo Telefónica, foi danificado perto da costa da Bahia. A empresa trouxe um navio de manutenção ao Brasil para fazer os reparos necessários no componente.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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