Bolsonaro transfere Conselho Superior do Cinema para a Casa Civil

E reduz a participação de especialistas e da sociedade civil no colegiado

Há sete meses sem funcionar, o Conselho Superior de Cinema mudou de endereço e perdeu integrantes ligados ao audiovisual e à sociedade. É o que estabelece decreto publicado nesta sexta-feira, 19, pela presidência da República. O colegiado sai do Ministério da Cidadania para ficar ligado à Casa Civil.

A participação de representantes da indústria do audiovisual cai de seis para três e da sociedade civil, de três para dois. E esses integrantes serão indicados pelo ministro da Casa Civil, que presidirá o colegiado. Ou seja, o CSC sai do Rio de Janeiro para se instalar em Brasília.

Ao justificar a transferência, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, argumentou que o conselho já esteve na Casa Civil e que é preciso acompanhar melhor o retorno dos investimentos públicos no cinema. Segundo ele, o modelo de fomento do setor hoje não tem uma “métrica” adequada para avaliar o impacto dos projetos que têm financiamento público. “Para levar recurso público, tem que ter retorno. A métrica é se tem, ou não, retorno, se tem, ou não, qualidade”, acrescentou.

Pouco antes, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo não vai mais financiar um filme como o de Bruna Surfistinha. A ideia dele é tirar também a Ancine do Ministério da Cidadania para trazer para a Casa Civil. Já os cineastas defendem que a agência reguladora seja transferida para o Ministério da Economia, argumentando que a autarquia foi criada com essa subordinação.(Com agências)

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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