Expansão do WiFi público depende de mais parcerias entre provedores e prefeituras

Modelos de negócios sustentáveis também são necessários para viabilizar a disponibilização de sinal sem fio gratuito, dizem especialistas
WiFi gratuito precisa de mais parcerias público-privadas
Ampliação de áreas com WiFi gratuito precisa de mais parcerias público-privadas

A ampliação de áreas públicas com acesso gratuito à internet via WiFi depende, em grande parte, da celebração de parcerias entre prefeituras e provedores de serviços de internet (ISPs), o que torna a busca por modelos sustentáveis de redes abertas um componente imprescindível para viabilizar o sinal sem fio.

“Temos que pensar em como manter o modelo sustentável de rede aberta gratuita. Isso pode ser feito por meio de doações, subsídios, fundos, parcerias”, exemplificou Vinícius Caram, superintendente de Outorgas e Recursos à Prestação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), nesta quinta-feira, 17, em painel do evento Smart Cities Mundi, promovido pelo Tele.Síntese.

Além disso, Caram destacou que a agência também tem preocupações com o letramento digital da população em ambientes com conexão sem fio gratuita. “Sabemos que as pessoas têm dificuldade com questões de privacidade e segurança. É preciso garantir o acesso a todos, mas não se pode ignorar essa questão”, salientou.

Com opinião parecida, o diretor presidente da Abrint, Mauricélio Oliveira, reforçou o coro de que o aumento de áreas com sinal de WiFi necessita de mais parcerias público-privadas (PPPs). Para parte da população, no entanto, a disponibilização da rede gratuita não é o bastante.

“Na verdade, uma boa parte das pessoas que não tem conexão vive em áreas com conexão, mas precisa de algo mais, como uma ajuda do governo. A dificuldade pode ser financeira ou por falta de acesso a dispositivos para fazer o acesso, mas o terceiro item diz respeito a pessoas que não sabem o que fazer na rede, não sabem para quê ela funciona”, analisou Oliveira.

Representando o Ministério das Comunicações (Mcom), o assessor no Departamento de Política Setorial da Secretaria de Telecomunicações, William Zambelli, indicou que “o grande desafio para prover o acesso à população é atender às demandas em localidades isoladas”, além do fato de que o governo precisa gerenciar a restrição orçamentária, de forma a disponibilizar recursos adequados para políticas de conectividade.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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