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Stir Shaken: adoção esbarra na falta de atualização dos celulares

A adoção do Stir Shaken no Brasil tem apoio de operadoras e setor de telesserviços, mas Anatel ainda tem o desafio de fazer os Google, Apple e o fabricantes de smartphones colaborarem
Modelo de chamada identificada conforme novo protocolo
Modelo de chamada identificada conforme novo protocolo stir shaken, que depende de adoção do protocolo por operadoras e do sistema operacional dos celulares

A adoção do stir shaken no Brasil está caminhando, embora não no ritmo esperado pela Anatel. As teles definiram, ainda em 2023, que a ABR Telecom vai centralizar a oferta da tecnologia no país. Algumas podem concluir a adaptação dos sistemas este mês – mais de 20 prestadoras já assinaram contrato para ofertar as chamadas autenticadas e identificadas. Mas falta o compromisso de um participante-chave: o desenvolvedor do sistema operacional do celular.

“As redes de telecomunicações estarão, na maioria, aptas a partir de 27 de março. Mas a abrangência efetiva das chamadas identificadas e autenticadas depende dos fabricantes atualizarem os modelos de terminais, sendo grande parte dependente do próprio Android”, comenta o superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Gustavo Santana Borges.

A maioria dos smartphones comercializados no Brasil não é compatível com o Stir Shaken. Para se tornarem, é preciso uma atualização do sistema operacional. O Google, responsável pelo desenvolvimento do Android, por exemplo, precisa soltar um update.

Os modelos de iPhone, da Apple, reconhecem o Stir Shaken, mas não completamente. Deixam de exibir o selo de autenticação no momento da chamada recebida, o que é considerado essencial para inibir fraudes. Em compensação, é possível identificar depois a informação no histórico de chamadas.

Segundo Borges, a agência está fazendo um levantamento de quantos dos terminais homologados no país estão aptos a lidar com a tecnologia. Ele conta que a Anatel tem feito reunião com os desenvolvedores dos sistemas operacionais e com a Abinee, que representa os fabricantes.

“Apontamos a importância social do projeto e eles estão engajados, contudo a abrangência de terminais aptos ainda é tímida. O que representa o principal desafio do projeto, neste momento”, completa.

Operadoras atualizam as redes

Procuradas, Claro, TIM e Vivo se posicionaram via Conexis, entidade setorial. Em resposta a pergunta do Tele.Síntese, esta afirmou que a expectativa no setor é de que o Stir Shaken vá ao ar ao longo deste ano, em ritmo que pode variar conforme a prestadora.

“A solução que permitirá a autenticação e a identificação das chamadas está em desenvolvimento. A implementação dependerá de procedimentos internos de cada operadora. A expectativa do setor é que esteja disponível ao longo de 2024. As associadas à Conexis Brasil Digital já informaram que vão aderir à solução”, informa.

O Stir Shaken é um protocolo de identificação e autenticação de chamadas. As empresas que o utilizam são identificadas para o consumidor que recebe a ligação, se o terminal for compatível. A solução é vista como importante pelo setor de telesserviços, que viu a efetividade de chamadas cair a partir do uso do prefixo 0303.

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