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Oi vai cortar mais R$ 1 bi dos custos e despesas anuais até 2024

Operadora prevê redução do endividamento, pagamento de credores e valor de sua participação na Infraco superior à divida líquida restante

Outro ponto crucial para a recuperação total da Oi é a redução de seus custos operacionais. Conforme o CEO da empresa, Rodrigo Abreu, a companhia vai corta mais de R$ 1 bilhão de suas despesas anuais até 2024. Caso a meta seja alcançada, significa que entre 2019 e 2024 a companhia terá cortado pouco mais de R$ 2,17 bilhões.

Ele contou que entre o começo de 2019 e o final de 2020, a Oi economizou R$ 1,17 bilhão. A maior parte derivou de renegociações contratuais de fornecedores, mas também houve repactuação de aluguéis, racionalização no marketing, gastos menores com manutenção de planta, plano de demissão voluntária, entre outros.

Para o período de 2022 a 2024, a companhia espera mais economias nos canais de vendas e atendimento (R$ – 350 milhões), na própria organização e no suporte ao negócio (R$ -320 milhões), nos sistemas de TI e processos (R$ R$ -150 milhões), além de cortes em rede e operações (R$ -400 milhões).

No caso da rede, a economia virá do desligamento das redes de cobre onde for possível, mediante o crivo da Anatel. A ideia, explicou, é que estas áreas sejam atendidas por parceiros – como acontece com a Mob Telecom no Ceará. A companhia também aposta as fichas no aumento do reúso de equipamentos, no desligamento de plataformas legadas e no fechamento de lojas, prédios e centros de distribuição que não deem retorno.

Reorganização total

A edição de uma segunda fase da iniciativa de corte de custos faz parte de uma reorganização completa da Oi após as vendas do controle da Infraco e da Oi Móvel – operações que aguardam o aval de Anatel e Cade. Sem tais ativos, a empresa vai se concentrar no usuário, afirmou Abreu. Para tanto, a nova Oi terá quatro frentes: uma B2C e PME (consumidor final e pequenas empresas), outras B2B (Oi Soluções), uma dedicada à transição da base legada, e outra à inovação e incubação de novos negócios.

Com a venda da Oi Móvel, a Oi prevê redução de 25% dos custos associados à operação do negócio celular. Com a venda do controle da Infraco, o custo com gestão e operação da fibra e operação comercial do atacado vai cair 17%. A empresa também negocia o fim do DTH, com revisão dos custos com programadoras e gestão da rede satelital, o que deve gerar economia de mais 7%.

A simplificação da estrutura restante vai economizar mais 8%, e a evolução do FTTH levará a custos 3% mais baixos de crescimento da rede óptica de acessos. Em suma, a nova base de custos da Oi já será 40% menor em 2022. Mas voltará a crescer, e, em 2024, será equivalente a 67% da base de custos atual – com 2,3 vezes mais clientes na banda larga, é bom lembrar.

Nova estrutura de capital

Conforme Abreu, a Oi entra em uma nova fase em que vai, também reduzir seu nível de endividamento. Atualmente, a companhia deve R$ 4,3 bilhões ao BNDES, R$ 4,4 bilhões a credores internacionais, R$ 5,3 bilhões a bancos diversos, R$ 4 bilhões a debenturistas, R$ 8,8 bi a donos de bonds, e R$ 1,4 bilhão a credores menores diversos. Ou seja, o endividamento da companhia era de R$ 28,2 bilhões ao final do primeiro trimestre deste ano.

A venda da Infraco vai eliminar uma dívida de R$ 2,6 bilhões, enquanto a venda da Oi Móvel prevê um empréstimo ponte de R$ 2 bilhões. A intenção da empresa é, até 2024, pagar a dívida do BNDES, dos bancos e ECAS, liquidar o débito da Infraco, liquidação do empréstimo ponte da Oi Móvel e refinanciamento das debêntures.

Abreu prevê ainda um crescimento do EBITDA e desenvolvimento de novas receitas, na ordem de 10% das receitas totais da companhia. Com isso, afirmou, a alavancagem da companhia será de 6,6x, sem considerar a participação acionária na Infraco. Considerando essa fatia, a relação da dívida líquida sobre o EBITDA será de 3,7x. Ele considera também relevante o fato de que a Oi terá uma participação de mercado na Infraco superior à dívida total que terá em 2024.

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