Startups devem captar mais de US$ 10 bi em 2022

As projeções apontam ainda que as fintechs devem seguir liderando os aportes recebidos, seguindo das edtechs que devem ter mais negócios.
Startups devem captar mais de US$ 10 bi em 2022 - Crédito: Freepik
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As startups brasileiras devem captar entre US$ 10,7 bilhões e US$ 12,9 bilhões este ano, segundo estima o Distrito, plataforma de inovação aberta para empresas. É esperado um crescimento do ecossistema de inovação, porém a taxas menores que 2021, em que foi registrado um aumento de 174% em relação a 2020, considerado recorde de aportes nas startups, US$ 9,6 bilhões.

As projeções apontam ainda que as fintechs devem seguir liderando os aportes recebidos. As edtechs, inclusive, devem ser o único segmento a ter aumento no número de deals concretizados no ano.

No ano passado, o país confirmou sua posição de destaque entre as nações de maior potencial para desenvolvimento do mercado de inovação e tecnologia, atraindo um volume de capital de risco nunca antes visto, afirma Gustavo Gierun, CEO do Distrito.

Para 2022, segundo ele, a aposta é no crescimento do mercado, porém com menor intensidade dado o cenário desafiador político e econômico no mundo. “Apesar dos desafios macroeconômicos, o Brasil continua sendo um ambiente repleto de problemas estruturais sendo atacados por empreendedores criativos e competentes, o que gera excelentes oportunidades para investidores”, observa.

Metodologia da pesquisa

O cálculo foi baseado em algoritmos desenvolvidos pelo Distrito, baseado em duas metodologias diferentes que medem a evolução de ticket médio por rodada, tempo médio entre os estágios de captação, evolução da taxa de sucesso entre as rodadas, velocidade de crescimento do mercado, entre outros.

Na primeira metodologia foram identificadas 1.333 startups cujo algoritmo aponta a possibilidade de recebimento de um novo aporte. Contudo, nem todas as negociações podem ser bem-sucedidas, e os dados do primeiro trimestre de 2022 já indicam uma queda no número de rodadas por mês.

Por outro lado, o ticket médio por rodada continua crescendo constantemente. A projeção considera, portanto, também as tendências já iniciadas no ano. Nesta metodologia, o mercado poderia receber entre US$ 11,6 bilhões e US$ 12,9 bilhões.

Uma segunda metodologia aplicada pelo Distrito trouxe resultados semelhantes. O Compound Annual Growth Rate (CARGR), métrica utilizada para medir a evolução da taxa média de crescimento de um mercado ao longo do tempo, estima cerca de 700 rodadas, o que levaria o mercado de Venture Capital a investir entre US$ 10,7 bilhões a US$ 12,3 bilhões.

“É normal que investidores sejam mais conservadores em períodos de instabilidade, no entanto, o gestor de venture capital busca retornos de oito a 10 anos e, portanto, está acostumado aos ciclos da economia brasileira. Assim, não acreditamos em ruptura na disponibilidade de capital, mas sim em um maior cuidado neste momento. Por outro lado, os empreendedores devem se preparar para um processo de captação de investimentos mais longo e investidores mais detalhistas”, disse Gierun.
Se as previsões forem bem-sucedidas, a expectativa é que o mercado brasileiro atinja uma relação VC/PIB de 0,77% (versus 0,63% em 2021). A título de comparação, nos Estados Unidos, a relação VC/PIB em 2021 foi de cerca de 1,57%. “Embora esse número tenha crescido consideravelmente nos últimos anos, ainda há espaço para um crescimento maior do mercado”, conclui.

(Com assessoria)

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Redação DMI

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